Uma pesquisa que já dura pelo menos dez anos e é executada em vários países, busca entender como o ecstasy, a famosa droga do amor', poderia ajudar os pacientes com Transtorno de Estresse Pós-traumático que não se curam com terapias tradicionais.
Em 2016, será a vez de o Brasil virar campo de estudo da substância que já foi usada em terapia de casais e nos anos 90 ganhou as festas rave.
O TEPT, como é conhecido, ocorre em pessoas que foram vítimas de forte violência, como assalto, sequestro ou estupro. O trauma é tão grande que elas ficam anos tendo pesadelos e convivendo com o medo. Muitos abandonam a vida social e passam a sofrer de ansiedade e depressão ou cometem suicídio.
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O estudo tem apoio da ONG norte-americana Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies (Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos), coordenada por psiquiatras. Eles vêm estudando os efeitos do MDMA em pacientes com TEPT, principalmente em veteranos de guerra. No Brasil, a pesquisa será liderada pelo neurocientista Eduardo Schenberg, diretor do Instituto Plantando Consciência, uma ONG que estuda efeitos de drogas psicoativas como a ibogaína, LSD e ayahuasca no cérebro.
Efeitos duradouros
Mais de 20 pacientes foram analisados em pesquisas realizadas nos Estados Unidos, Canadá, Suíça e Israel – países onde o uso medicinal do MDMA é liberado. Segundo resultados da pesquisa publicados na revista científica Nature, o tratamento com MDMA atingiu a marca de 83% de sucesso no grupo que tomou a substância contra 25% no grupo que recebeu placebo. Avaliados quatro anos depois, os pacientes do grupo do MDMA não mostraram retorno do TEPT, segundo o estudo.
No Brasil, o Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) aprovou a realização do estudo. Para ele ser feito por aqui, será necessária uma verba de R$ 100 mil para tratar ao menos quatro pacientes. Schenberg, que é pós-doutor pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), tenta arrecadar pelo menos R$ 50 mil via financiamento coletivo no site Catarse até segunda-feira (21). Se conseguir, o MAPS disse que vai liberar US$ 15 mil (R$ 58.645) para a pesquisa brasileira.
O neurocientista Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, especialista em drogas pela Unifesp, os psicoterapeutas Álvaro e Dora Jardim, especialistas em terapia com MDMA, e um clínico-geral, que vai supervisionar a quantidade da substância usada, completam a equipe.
(com informações do site UOL)