Um encontro no Rio reuniu três institutos federais de saúde para discutir um problema que pode levar à embolia pulmonar e ao acidente vascular cerebral: a formação de coágulos nas veias da perna, conhecida como trombose venosa profunda, e no coração, chamada de fibrilação atrial.
A primeira Jornada Nacional Antitrombose, organizado pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), o Instituto Nacional do Câncer e o Instituto Nacional de Cardiologia, órgãos do Ministério da Saúde, reuniu cerca de 300 participantes, entre estudantes, residentes e médicos no sábado (12).
O coordenador do encontro, Salo Buksman, médico do Into, explica que já houve três encontros no instituto ortopédico, mas que pela primeira vez, a jornada conta com os institutos do câncer e de cardiologia, para debater um problema comum às três áreas da medicina.
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"A trombose venosa ocorre com muita frequência no pós-operatório de cirurgias ortopédicas e também em situações de câncer, são coágulos que se formam em veias das pernas, que têm o risco de se soltar e encalhar no pulmão, provocando um quadro de embolia pulmonar, que é potencialmente letal. Em relação à cardiologia, existe uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, que provoca formação de coágulos dentro do coração, que podem se soltar e provocar um acidente vascular cerebral ou uma gangrena".
No encontro, foram debatidas novas formas de tratamento e novas drogas anticoagulantes que podem ajudar na prevenção da doença. Outro tema, segundo Buksman, é a trombose que surge em decorrência de viagens aéreas prolongadas, acima de seis horas de duração.
"Nós pretendemos alertar a população no sentido de que se o passageiro tiver fatores de risco adicionais, além da viagem prolongada, como idade mais avançada, obesidade, tabagismo, uso de hormônio feminino, doenças cardíacas, insuficiência venosa crônica, varizes, ele vai ter que consultar um médico para saber se tem a indicação de tomar um remédio preventivo de trombose".
Ele lembra que, além do medicamento, indicado para quem tem algum fator de risco, a população em geral também deve tomar algumas medidas preventivas durante voos prolongados para evitar o problema.
"Evitar a bebida alcoólica, porque provoca a desidratação, que favorece a trombose. Pelo contrário, procurar ingerir bastante água, sucos, refrigerantes, para ficar hidratado, com isso a pessoa vai mais ao banheiro e essa movimentação ajuda a fazer a circulação de sangue pelas veias. São medidas, além do remédio, que podem atenuar os riscos".
Após o evento, os institutos pretendem divulgar uma carta de recomendações com os temas discutidos no encontro, além de estatísticas sobre a doença. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é que um ou dois habitantes a cada mil sofram de trombose venosa profunda e embolia pulmonar. A fibrilação atrial atinge cerca de 1,5 milhão de brasileiros e é responsável por 20% dos casos de acidente vascular cerebral registrados no país.