Futuros médicos avaliados pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) tiveram neste ano o pior desempenho nas questões de clínica médica desde 2005, quando a avaliação foi implantada. Essa área engloba procedimentos básicos e identificação e análise de sintomas.
O resultado mostra que, dos 621 estudantes do 6º ano (último da graduação) que fizeram a prova, 48,45% acertaram as perguntas sobre atendimento clínico. Em 2006, ano com maior margem de acerto, o índice foi de 60,82%. Realizado em duas fases, o exame não é obrigatório e não tem validade legal. Os resultados divulgados se referem à primeira etapa. Segundo o Cremesp, cerca de 2,6 mil estudantes de medicina se formam por ano no Estado.
O resultado do exame de 2009 aponta que os formandos têm mais conhecimento sobre questões ligadas à ética na profissão (85,69% de acertos). "A prova é de dificuldade média a fácil e os estudantes apresentaram baixo desempenho naquilo que deveriam saber melhor (clínica médica), porque esta é a porta de entrada para o paciente que procura o hospital ou o serviço de emergência", diz o coordenador do exame, Bráulio Luna.
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Para Luna, o resultado da prova pode não refletir a realidade do ensino de medicina. "Avaliamos a melhor amostra de alunos, porque só comparece o estudante que se sente preparado", diz. No exame deste ano, 56% dos inscritos foram reprovados e não passaram para a segunda fase. No ano passado, o índice chegou a 61%. "Mas, para nós, o baixo desempenho continua o mesmo porque temos a margem de erro. Os alunos não melhoraram em nada", diz.
O presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves, aponta pelo menos três fatores para a má qualificação dos estudantes. O primeiro é o boom de faculdades de medicina no País. Atualmente, 31 escolas médicas atuam em São Paulo. Outro fator é a falta de infraestrutura para receber os alunos, como prédios sem hospitais universitários. E o terceiro é a má qualificação dos professores.