O Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Foz do Iguaçu, cumpriu, na manhã de terça-feira (23), mandados de busca e apreensão na Prefeitura de São Miguel do Iguaçu (Oeste paranaense), na Secretaria Municipal de Saúde, na sede de uma empresa que presta serviços ao município e na casa de um empresário.
Na operação, denominada Cálice de Hígia, foi também cumprido mandado de prisão expedido contra um empresário da cidade. O grupo foi denunciado por associação criminosa, usurpação de função pública, prevaricação, falsidade ideológica e denunciação caluniosa. As investigações do MP-PR indicaram que os denunciados, no exercício de suas funções, praticaram diversos crimes. O objetivo da quadrilha era manter a influência do empresário preso sobre a Secretaria da Saúde, com a qual sua empresa firmou contratos em valores que se aproximam de R$ 10 milhões.
O proprietário da empresa atuava na Secretaria de Saúde, como se fosse funcionário público, editando atos administrativos para obrigar outros funcionários, como enfermeiras, a prestarem informações sigilosas e praticarem atos aos quais não estavam obrigados legalmente, além de passarem à empresa documentos e informações sigilosas. Além disso, os membros da organização falsificaram documentos com o intuito de prejudicar funcionários que não atendiam às deliberações do grupo, motivando a instauração de procedimentos administrativos disciplinares contra eles e removendo-os compulsoriamente. Os prejuízos principais foram quanto ao gerenciamento dos serviços públicos na Secretaria de Saúde.
Leia mais:
Acesso à internet pode melhorar a saúde mental de pessoas acima de 50 anos, diz estudo
Hormonologia, sem reconhecimento de entidades médicas, se espalha nas redes e tem até congresso
58 milhões de vacinas da Covid vencem no estoque federal; perda nos municípios é maior
Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil é neste sábado
O Juízo da Vara Criminal de São Miguel do Iguaçu determinou ainda a suspensão do exercício da função pública de alguns dos investigados – a secretária de Saúde e diversos servidores da Secretaria de Saúde: o diretor de Saúde, o diretor de Administração, a diretora de Vigilância em Saúde, a coordenadora de Enfermagem, a diretora do Centro de Especialidades Odontológicas e uma recepcionista.