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Dia Mundial

Hanseníase: preconceito ainda é o maior desafio

Redação Bonde com assessoria de imprensa
24 jan 2011 às 11:24

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- Reprodução
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Ela já foi considerada um dos piores males que atingem o homem, além de fazer milhares de vítimas excluídas e separadas do convívio social durante séculos. A 'lepra', chamada historicamente assim, levava ao total isolamento do doente. Hoje a hanseníase tem cura e não causa deformidades, quando tratada adequadamente. Além disso, pessoas contaminadas pelo bacilo de Hansen não são mais transmissoras logo que começam o tratamento.

No Dia Mundial do Hanseniano, 24 de janeiro, André Ricardo da Silva, coordenador da comissão de controle de infecção hospitalar do Prontobaby - Hospital da Criança, Rio de Janeiro, aproveita para destacar que o hanseniano não só pode como deve levar uma vida normal. "Tão logo o tratamento tem início, a pessoa não corre mais riscos de contagiar sua família e amigos. A hanseníase tem cura, o que precisa ser combatido é o preconceito", afirma André Ricardo.

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No Brasil, as pessoas mais afetadas pela hanseníase estão nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste; mais da metade de toda a população brasileira detectada com o bacilo de Hansen vive nestas áreas. Em 2008, 17,5% dos brasileiros eram hansenianos.

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O que é?

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A hanseníase é infecciosa e transmitida pelo bacilo de Hansen que atinge a pele e os nervos. A maior parte das pessoas apresenta uma proteção natural contra o microorganismo. "Por isso, não raro, médicos e familiares que lidam com pacientes podem passar a vida inteira sem ser contagiados. Não se sabe exatamente a razão pela qual poucas pessoas desenvolvem os sintomas da doença e outras não, mesmo convivendo por longos períodos com doentes" explica Ricardo. É importante ressaltar que a hanseníase é endêmica e está relacionada a baixos índices de desenvolvimento humano.


A transmissão

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É aérea, sendo o trato respiratório superior a via mais provável de entrada do bacilo no organismo. Apesar da alta infectividade (capacidade de infectar muitas pessoas), a hanseníase apresenta baixa patogenicidade (são poucos os que adoecem). Iniciado o tratamento, a pessoa pode levar uma vida normal e inclusive manter relações sexuais, sem riscos de transmitir a doença. "A mãe que está amamentando também não deve se preocupar; não há riscos de contágio para o bebê", ressalta.


Sintomas
Os principais são as manchas e as áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e ao frio), tátil e à dor. As lesões podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

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Diagnóstico
É baseado no estado clínico do paciente e na epidemiologia do local, além de um exame minucioso da pele à procura de lesões ou áreas com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos periféricos. O exame laboratorial (baciloscopia das lesões) pode identificar o agente e classificar o tipo de hanseníase.


Casos Infantis


Ao contrário do que ocorre na maior parte das doenças infecciosas, as crianças são menos afetadas pela hanseníase. Isso porque o período de incubação (o tempo entre a contaminação até o surgimento dos primeiros sintomas) é bastante longo - de 2 a 7 anos. Desta forma, é menos comum encontrarmos pacientes hansenianos com idades inferiores de 15 anos do que adultos (menos de 10% dos pacientes são crianças). "Mas é preciso estar atento, já que em áreas mais endêmicas, a exposição precoce, em focos domiciliares, aumenta a incidência de casos na infância", ressalva o infectologista.

Tratamento
A hanseníase tem cura. O tratamento feito com medicação (antibióticos associados) varia de acordo com a forma da doença. Quanto mais cedo ela é diagnosticada, mais rápida e segura é a cura. Não existe forma específica de prevenção, mas atitudes como a observação regular das características da pele e o diagnóstico precoce já são fatores-chave para o combate da hanseníase em nosso país.


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