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Doença ocular

Junho Violeta alerta para o perigo do ceratocone

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
07 jun 2019 às 14:36

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- Shutterstock
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Coçar ou esfregar os olhos é um ato extremamente comum, quase automático para muitas pessoas. A ação, porém, pode ocasionar o ceratocone, doença degenerativa da córnea que, segundo estimativas, afeta uma a cada 2 mil pessoas no Brasil. Devido à incidência, acontece neste mês a campanha "Junho Violeta" que tem o apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.


O ceratocone é uma doença ocular progressiva que costuma aparecer na adolescência, entre os 13 e os 18 anos, e progride por aproximadamente 6 a 8 anos. Após esse período a tendência é de estabilização. Por ser considerada bilateral, a doença, na maioria das situações, atinge ambos os olhos. "O aparecimento pode estar ligado a fatores genéticos, mas o hábito de coçar os olhos com frequência também pode desencadear a doença já que a ação provoca uma alteração da córnea, afetando a sua espessura e o seu formato - que ganha aspecto cônico. Essa irregularidade da córnea também pode levar à miopia e ao astigmatismo", explica Peter Feranczy, mestre em oftalmologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Academia Americana de Oftalmologia.

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Segundo o especialista, é importante detectar o ceratocone ainda em seu estágio inicial, o que remete à importância de exames preventivos. "Por ser progressiva, enquanto não tratada, a doença continua a alterar o formato da córnea, principalmente em jovens".

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Há vários estágios da doença ocular e, por conseguinte, diferentes tipos de tratamento. Segundo Ferenczy, no estágio inicial, a doença é corrigida com o uso de óculos e lentes de contato. "Aconselhamos ao paciente aquilo que melhor se adapta as suas condições e que promova uma menor agressão à córnea com menor probabilidade de piora da evolução do ceratocone", explica o oftalmologista. Se o paciente optar pelas lentes de contato o modelo utilizado são as lentes rígidas, que proporcionam conforto e melhor qualidade visual.

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Caso a doença esteja em estágio um pouco mais adiantado, aplica-se o crosslinking de colágeno - que é realizado em centro cirúrgico, com o paciente acordado e anestesia local (colírios). "É um procedimento ocular que enrijece a córnea enfraquecida pelo ceratocone. É um tratamento eficaz que evita a progressão do ceratocone", afirma o especialista.


Em estágio bem avançado, quando a córnea encontra-se tão frágil e fina que o humor aquoso (líquido que fica atrás da córnea) rompe a membrana e a invade - provocando uma hidropsia corneana - somente um transplante de córnea pode corrigir o problema.


"Não esfregar os olhos de maneira contínua é sem dúvida a grande dica para não prejudicar a saúde de seus olhos e prevenir o aparecimento do ceratocone. Mas, por ser uma doença bastante associada à infância e juventude, também é importante que os pais estejam atentos e, em caso de surgimento de qualquer alteração na visão dos filhos, procurar um oftalmologista. É ele quem realizará os exames necessários para identificar qual o problema ocular e fornecer o tratamento adequado."

Segundo Ferenczy, algumas doenças alérgicas como a asma, eczema, ceratoconjuntivite atópica (alergia ocular) são detectadas mais frequentemente em pacientes com ceratocone.


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