O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) pode perder cerca de mil funcionários. Uma decisão da Justiça do Trabalho determinou que o hospital, que é o maior do Paraná, realize uma demissão em massa dos servidores contratados pela Fundação da UFPR (Funpar) num prazo de 90 dias.
A determinação da Justiça do Trabalho atende a um pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT) para que os funcionários contratados pela Funpar sejam substituídos por servidores devidamente concursados. Entretanto, há um impasse para a realização de um concurso, já que o governo federal criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que tem, entre outras atribuições, a contratação de trabalhadores para hospitais universitários.
O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, e o diretor do HC, Flávio Daniel Tomasich, disseram, em entrevista coletiva ontem, que vão buscar diálogo com o MTP para manter os trabalhadores da Funpar nos postos de trabalho e garantir o funcionamento do HC. O problema, segundo a UFPR, se arrasta há três anos e meio. "Vamos continuar defendendo tanto os servidores da Funpar, que não podem viver com essa incerteza, quanto a excelência dos serviços prestados no HC, que são um direito da comunidade", afirmou o reitor.
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A contratação de novos servidores é possível somente com um novo concurso público. Porém, a EBSERH é a empresa que gere atualmente a maior parte dos hospitais universitários do país. O Conselho Universitário da UFPR, entretanto, votou pela não adesão à empresa. A demissão dos funcionários da Funpar que trabalham no HC poderia trazer mais problemas para o hospital, que já enfrenta problemas como fechamento de leitos por causa da falta de servidores.
Em 2013, o HC teve que fechar 94 leitos por causa da falta de funcionários, em especial os da área de enfermagem. Uma avaliação da UFPR apontava, na época, carência de 400 servidores. Entretanto, uma análise do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest) aponta para a carência de 600 funcionários.