O terceiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), realizado pelo Setor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde, apontou queda acentuada do índice de infestação do mosquito transmissor da dengue, zika e febre chikungunya em Ibiporã.
O índice ficou em 0,2%, bem abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de até 1,0%. Situação bem diferente da constatada nos outros dois levantamentos realizados anteriormente, que registraram de 4,5 e 4,0%.
Oitocentos e sessenta imóveis (5% do total) em toda a cidade foram visitados pelos agentes de endemias no período de 25 a 29 de abril. Alguns fatores contribuíram para a redução, segundo o supervisor geral de Endemias, Diomar Carvalho. "O tempo colaborou, parou de chover e as temperaturas diminuíram. Além disso, já realizamos três ciclos de remoção de criadouros por toda a cidade, além dos bloqueios com UBV costal e pesada (fumacê)", aponta. O LIRAa é uma metodologia que ajuda a mapear os locais com altos índices de infestação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, alerta sobre os possíveis pontos de epidemia da dengue.
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As notificações da doença também vêm reduzindo, conforme o Setor de Epidemiologia. "Há cerca de 20 dias a média semanal de notificação estava em torno de 150. Agora reduziu para 67. No auge da epidemia, no final de março, chegou a 240 notificações por semana", afirma a coordenadora da Vigilância Epidemiológica e do Programa de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, Sebastiana Caetano.
Mesmo com as quedas o município encontra-se em epidemia de dengue, com uma incidência de 1.396,90 por 100 mil habitantes, segundo último informe técnico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como parâmetro para caracterização de epidemia incidências iguais ou superiores a 300 casos confirmados de dengue para cada grupo de 100 mil habitantes.
Conforme o setor de Epidemiologia, até quinta-feira (28) o município havia registrado 2.332 notificações sendo 669 casos confirmados de dengue, todos autóctones, ou seja, contraídos em Ibiporã. Também foram diagnosticados cinco casos de zika vírus.
Cuidados
Mesmo com menor quantidade de chuvas e temperaturas mais amenas, os cuidados com a dengue não podem parar. "Os ovos do mosquito podem sobreviver por até um ano e meio na natureza à espera de condições ideais para eclodir. Há registros da dengue durante o ano todo. O frio não é mais empecilho para a proliferação do mosquito. A única situação que impede o Aedes aegypti de se multiplicar é a seca. Por isso a importância que todos façam a sua parte e não se esqueçam de eliminar a água parada, ambiente propício para a formação de criadouros do mosquito", observa Carvalho.
A administração municipal solicita que os moradores estendam a faxina de suas residências para os quintais, tirando pelo menos 15 minutos por semana para eliminar possíveis criadouros do mosquito.
Recomendação para as gestantes
-Fazer acompanhamento com consultas de pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;
-Não consumir bebida alcoólica ou qualquer tipo de droga;
-Não utilizar medicamentos, principalmente controlados (antidepressivos, anticonvulsivantes e ansiolíticos) sem a orientação médica;
-Evitar contatos com pessoas com febre, rash cutâneo ou infecções;
-Se houver qualquer alteração no estado de saúde da mulher, principalmente até o 4º mês de gestação, comunique o fato ao profissional de saúde para as devidas providências no acompanhamento da gestação;
-Adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças (Aedes aegypti), eliminando os criadouros (retirada de recipientes que tenham água parada e cobertura adequada de locais de armazenamento de água);
-Adotar medidas de proteção contra mosquitos com manutenção de portas e janelas fechadas ou utilizar redes de proteção, usar calça comprida e camisa de manga longa e utilizar repelentes indicados para gestantes (ex. Icaridina exposis, DEET adulto 15% e IR3535)