Médicos e estudantes de Medicina realizam na manhã deste sábado (25), em cinco cidades do Paraná, uma manifestação contra a proposta do governo federal de "importar" profissionais graduados no exterior sem o Revalida - teste de conhecimento específico da área. Haverá ações simultâneas em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.
Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), um dos organizadores dos protestos, o objetivo é chamar a atenção da sociedade para o risco de promover a interiorização do atendimento com trabalhadores que estejam "alheios à realidade epidemiológica brasileira".
No início do mês, os Ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores anunciaram a intenção de contratar 6 mil médicos de Cuba, além de profissionais de Portugal e da Espanha, para trabalhar na atenção primária à saúde em regiões mais pobres, onde haja falta de mão-de-obra. Profissionais formados em instituições brasileiras, por sua vez, iriam para o Exterior fazer residência.
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De acordo com dados do CRM-PR, o Brasil possui hoje 400 mil médicos em atividade, sendo que 20.463 estão no Paraná. Destes, 9.610 trabalham na capital (47%) e 10.853 no interior do Estado. A média é de um médico para cada grupo de 513 habitantes.
Protestos – Em Londrina, as atividades acontecem a partir das 9h, no calçadão entre as ruas Pernambuco e professor João Cândido. De calça jeans e camiseta branca, os participantes irão levar faixas e distribuir material sobre o cenário da saúde pública brasileira, justificando as razões da dificuldade de fixar profissionais nas periferias e no interior.
Já na capital, haverá uma passeata, saindo da Boca Maldita, na região central, por volta de 8h30, em direção à Praça Santos Andrade. Em Maringá, as ações serão concentradas no Estádio Willie Davids, também a partir das 8h30. No mesmo horário, em Cascavel (oeste), os trabalhadores e estudantes se reúnem no calçadão da Av. Brasil, em frente à catedral. Haverá ainda um protesto no calçadão do centro de Ponta Grossa (Campos Gerais), a partir das 9h.
A organização envolve, além do CRM-PR, a Associação Médica e o Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar). Na capital, participam também acadêmicos da UFPR, da PUCPR, da Evangélica e da Universidade Positivo (UP).