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Mulheres ainda têm medo de realizar a mamografia

05 fev 2020 às 15:23

Dia 5 de fevereiro é marcado como conscientização do Dia Nacional da Mamografia, exame mais eficaz para identificar casos de câncer de mama precoce. Porém, mesmo com o Brasil tendo 51,7% da sua população feminina, apenas 24,1% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram a mamografia pelo SUS em 2018. Os dados são da pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia em parceria com a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia). Além da dificuldade de acesso para conseguir o diagnóstico e o tratamento, a SBM alerta para o grande número de mulheres que não faz o exame porque acreditam em informações inverídicas, as famosas "Fake News”.

Para o Dr. Vilmar Marques de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, o medo ainda afasta as mulheres de realizar os exames preventivos. "Há dúvidas sobre a radiação na hora do exame, periodicidade e até o desconforto com a dor. Mas podemos garantir que este é um exame seguro e o único capaz de identificar com precisão possíveis lesões”, explica o médico, completando que as mulheres podem buscar informações seguras e tirar dúvidas no site da SBM.


Ele lembra que cerca de 80% dos nódulos encontrados nas mamas tendem a ser benignos. "Por isso a importância de consultar o mastologista para que ele oriente da melhor forma. Se a mamografia detectar alguma alteração o importante é fazer o diagnóstico e iniciar o quanto antes o tratamento para evitar futuras complicações e ter uma boa qualidade de vida, complementa o mastologista.


No Brasil, o rastreamento mamográfico é recomendado pelo Ministério da Saúde dos 50 anos aos 65 anos bianualmente (estratégia de menor impacto na mortalidade com melhor custo benefício e menor número de biópsias). A SBM / CBR / FEBRASGO recomendam rastreamento anual a partir dos 40 até os 75 anos. Essa estratégia é a que tem maior impacto na mortalidade e menor custo (levando em conta os anos de vida salvos com qualidade).


MAMÓGRAFOS


O estudo também afirma que existem cerca de 4,6 mil mamógrafos registrados no país, mas apenas 47% destes aparelhos funcionam plenamente. Quanto à distribuição, 6% estão no Norte; 28% no Nordeste; 39% no Sudeste; 18% no Sul e 8% no Centro-Oeste. Não há falta de equipamentos, mas os que existem são mal distribuídos e subutilizados em todos os estados. Essa subutilização se dá, principalmente, pela falta de acesso aos equipamentos, já que em muitos lugares a distância entre eles e a paciente é grande – lembrando que o Ministério da Saúde recomenda que os mamógrafos estejam a uma distância máxima de até 50 quilômetros um do outro, mas apenas o Sul e o Sudeste contam com essa disponibilidade.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Vilmar Marques de Oliveira, outros fatores contribuem para esse gargalo, como a dificuldade das mulheres receberem o pedido para o exame no primeiro atendimento, ainda no posto de saúde; a falta de uma organização estrutural da rede pública, fazendo com que as pacientes sejam encaminhadas para lugares distantes de suas residências; mamógrafos quebrados ou em manutenção; e quantidade insuficiente de técnicos habilitados para manusear adequadamente os equipamentos. "O Brasil é um país de dimensões continentais e são vários os problemas que levam a esse baixo índice de mamografias", explica Dr. Vilmar.


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