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Doenças

Poluição causa 70% das internações respiratórias

Agência Brasil
15 jun 2010 às 15:31

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- Reprodução
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A poluição e as mudanças climáticas na capital paulista são responsáveis por cerca de 70% das internações por doenças respiratórias. Essa é uma das conclusões do relatório Vulnerabilidades das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas: Região Metropolitana de São Paulo, elaborado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O estudo revela que as mudanças climáticas causadas pelo modelo de expansão da metrópole, aliadas à alterações no clima global, estão deixando a cidade cada vez mais vulnerável a desastres, como enchentes e deslizamentos, além de afetar de diversas maneiras a saúde da população.

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Grandes temporais, por exemplo, com uma intensidade de mais de 50 milímetros em um único dia, eram praticamente inexistentes na década de 50 do século passado. No entanto, segundo a pesquisa, atualmente chuvas como essas ocorrem comumente em até cinco períodos do ano.

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Entre as causas desses eventos, a pesquisadora do Núcleo de População da Unicamp, Andrea Young, cita o modelo de ocupação utilizado na Grande São Paulo. Ela lembra que, há 50 anos, o perfil da cidade era diferente do de hoje.

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"Sem vegetação nenhuma, tudo impermeabilizado e com a contribuição de materiais extremamente quentes, que retêm muito calor e que depois emitem [calor]. Então a cidade vai ficando cada vez mais quente", explica.


Apesar dos problemas relacionados ao modo de crescimento de São Paulo já serem aparentes, a pesquisadora ressalta que a capital paulista continua a se desenvolver de maneira predatória. Por isso, o estudo detectou uma tendência de exacerbação de fenômenos climáticos extremos e de desastres.

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A previsão é que 20% do que a cidade crescer até 2030 será área suscetível a acidentes naturais provocados pela chuva, e aproximadamente 11,17% dessas ocupações poderão ser afetadas por deslizamentos.


Pelas projeções do estudo, a mancha urbana da metrópole paulistana será o dobro da atual em 20 anos. O aumento deverá ocorrer "principalmente na periferia, em loteamentos e construções irregulares, e em áreas frágeis, como várzeas e terrenos instáveis, com grande pressão sobre os recursos naturais".


Segundo a pesquisadora, isso acarreta outros riscos para o futuro da metrópole, como até uma eventual escassez de água, devido à destruição dos mananciais e à impossibilidade de recarga dos lençóis freáticos com a impermeabilização do solo.

"Uma coisa que preocupa é o abastecimento de água, porque São Paulo já está pensando em buscar água mais distante do que a Bacia do [Rio] Piracicaba e do [Rio] Tietê. Então imagina se essa região dobrar de tamanho, como faria para abastecer? Ainda mais em um momento de onda de calor", afirma Andrea.


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