Postos de saúde vão oferecer a partir do próximo ano vacina contra catapora. O novo imunizante, batizado de tetra viral, também oferece proteção contra sarampo, caxumba e rubéola, doenças que já estavam incluídas no calendário básico do Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina, injetável, será aplicada em duas doses: uma aos 12 meses e outra, aos 4 anos.
Atualmente, pais que desejam proteger seus filhos contra a catapora têm de recorrer a clínicas particulares, onde é encontrada uma vacina específica contra a doença. O SUS até agora oferecia o imunizante apenas nos casos de surto ou em campanhas específicas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que anualmente são registradas, em média, 11 mil internações provocadas pela doença. A média anual de óbitos é de 160. O imunizante será produzido numa parceria entre Fundação Oswaldo Cruz e o laboratório GlaxoSmithKline. Um contrato de transferência de tecnologia, que permitirá a produção, será assinado sábado, no Rio. "Serão 4,5 milhões de vacinas por ano", disse Padilha. O contrato será de R$ 127,3 milhões, que serão usados tanto para obras de infraestrutura na fábrica brasileira quanto para a compra do remédio. A expectativa é de que em quatro anos toda a produção seja feita no País.
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Além de atender uma recomendação da Organização Mundial da Saúde, que defende a cobertura vacinal de 85% da população contra catapora, a produção nacional atenderá outro objetivo: o mercado internacional. "Hoje o País já fornece algumas vacinas, como febre amarela e BCG. Queremos ampliar esse cardápio e oferecer também a tetra viral", disse Padilha. De acordo com ele, o País já manifestou seu interesse em ampliar sua participação nesta oferta.
Com a tetra viral, o Programa Nacional de Imunização passará a ter 25 vacinas, 13 delas integrantes do calendário básico. Mesmo com a tetra viral, o País continuará a oferecer a tríplice viral, que até agora era usada no programa. O imunizante será usado em campanhas específicas. Esta é a terceira alteração do programa de vacinação anunciada este ano. A partir deste semestre, passarão a ser ofertadas outras duas vacinas: a de pólio inativada e a pentavalente, que reúne em uma só dose a proteção contra cinco doenças (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo b e hepatite B). Atualmente, a imunização para estas doenças é oferecida em duas vacinas separadas.
A previsão é a de que o Ministério compre este ano oito milhões e oitocentas mil doses da pentavalente, a um custo de R$ 91 milhões. Também serão adquiridas outras oito milhões de doses da Vacina Inativada Poliomielite, ao custo de R$ 40 milhões. Para a manutenção de estoque estratégico, já foram compradas, em dezembro do ano passado, três milhões de doses da VIP, por R$ 15 milhões. A tendência, de acordo com o ministro, é ampliar a associação de vacinas. Além de menor desgaste para criança, vacinas combinadas significam economia. Quando uma vacina é incorporada, é preciso mais seringas, mais agulhas, mais refrigeração.