A Secretaria Municipal de Saúde informou que oito mortes provocadas pela dengue estão confirmadas em Londrina. Destas, sete são de moradores (Panissa, distrito de Paiquerê, União da Vitória, Itapoã, João Paz e Lindóia), e um de paciente de Santa Cecília do Pavão (Norte) que contraiu a doença em Londrina, onde veio a falecer. As informações são do relatório semanal com a situação da dengue em Londrina divulgado na quinta-feira (27).
Em entrevista coletiva, a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes, afirmou que, desde o início do ano, o município registrou 12.365 notificações da doença, com 1.526 casos confirmados. Desde a última semana, foram feitas 451 novas notificações.
Entre os demais casos registrados, 4.712 foram descartados, e outros 6.127 seguem em andamento, aguardando resultados dos exames encaminhados ao Laboratório Central, em Curitiba.
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Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Londrina está muito próxima de atingir a marca de casos positivos que caracterizem estado de epidemia de dengue. Atualmente, a incidência de pessoas com dengue no município é de 270 para cada 100 mil habitantes, considerada situação de alerta pelo Ministério de Saúde. Para caracterizar epidemia, a marca é de 300 casos/100 mil habitantes.
"Este ano, a dengue está tendo um comportamento bastante diferente, a ponto de chegarmos até essa época com uma média de 500 casos notificados por semana. Isso é, de fato, bastante preocupante. Já tivemos semanas muito piores, quando o número de notificações foi de quase 800, mas ainda temos uma média de muitos casos notificados para essa época do ano", pontua.
A diretora explicou ainda que a Saúde já antevê a situação de epidemia, porém, em uma condição técnica, já que os números são acumulados desde o início do ano. "Será uma situação mais técnica do que prática. O que uma epidemia poderia nos ocasionar, como a sobrecarga dos serviços de saúde, incluindo atendimentos, internações, casos graves, e a questão de óbitos, com maior ocorrência, nós já registramos. Então a decretação, ou atingir o número que comprove uma epidemia, é apenas um tecnicismo. Tudo o que precisava ser feito para garantir a assistência aos pacientes e combate ao vetor, a Saúde teve o cuidado de fazer", ressalta.
Um período maior com altas temperaturas é um fator que contribui para que continue crescendo o número de pessoas com dengue, conforme a avalição da diretora. "São agravantes a vigência do El Niño, até agora com a temperatura alta, e não tivemos ainda um evento climático de frio, o que faz com que o vetor continue se proliferando e transmitindo a doença, mesmo no inverno. Para combater o Aedes aegypti, que transmite não só a dengue mas o zika vírus, a chikungunya e até mesmo a febre amarela, é necessária a atenção primária, de eliminar qualquer possibilidade de água parada", reforça.
O boletim da Saúde apontou ainda que, no momento, não há registro de pacientes internados no município devido a ocorrências graves de dengue.