Os últimos anos trouxeram ao Brasil novas técnicas e modelos para o diagnóstico e tratamento de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Um especificamente tem alcançado resultados muito satisfatórios, desde reverter dificuldades na fala até melhorar o convívio social: é o Modelo Denver de intervenção precoce, que em Londrina foi trazido pela fonoaudióloga Eliane Guerra e pela terapeuta ocupacional Thaís Garcia, pioneiras do método na cidade. As duas têm muito que comemorar o Dia Mundial do Autismo, celebrado na terça-feira (2 de abril).
"A eficácia do modelo se dá justamente pela precocidade das intervenções, que são fundamentadas no desenvolvimento natural da criança. Além disso, a rotina sensório-social de uma criança em tratamento prevê muitas brincadeiras e atividades no chão, deixando-a livre para criar e se desenvolver", explica Thaís Garcia. O especialista que está realizando a terapia vai para o chão junto com a criança: seja fono, terapeuta, psicólogo ou qualquer outra especialidade. "É como um parceiro de jogo, brincando de igual para igual".
Dados do Relatório do CD (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos aponta que a cada 59 crianças uma está dentro do transtorno do espectro autista, desde os casos considerados mais leves até os mais graves. Por isso, qualquer avanço no diagnóstico e tratamento é sempre comemorado.
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Pode parecer inacreditável, mas essa relação mais próxima do terapeuta com a criança numa interação em um ambiente que seja natural a ela é um grande diferencial dessa terapia. "A chave do desenvolvimento é a interação recíproca, por isso o Modelo Denver estimula as crianças a terem iniciativas que lhes permitam aprender, por elas mesmas, respeitando aquilo que for próprio de cada idade", ressalta Eliane Guerra.
A fonoaudióloga tem exemplos práticos: "um dos pacientes, o pequeno Pedro, chegou ao consultório com cerca de 2 anos e meio, recém-diagnosticado com TEA, e sem dizer uma palavra sequer. O desenvolvimento dele foi surpreendente e antes de completar os 3 anos, Pedro já falava palavras e frases completas. Além, é claro, de ter melhorado o seu convívio social, tornando-se mais tranquilo. São casos assim que nos fazem acreditar que estamos no caminho certo", ressalta Eliane.