O extrato hidrossolúvel de soja, denominado ''leite'' de soja, é um dos produtos da soja mais conhecidos, obtidos a partir dos grãos desta leguminosa. A indústria nacional tem feito uso de novas tecnologias na obtenção do ''leite'' de soja para o mercado brasileiro, que apresenta melhor qualidade sensorial, criando produtos à base de ''leite'' de soja em combinação com sucos de frutas.
Além da forma líquida, pode-se encontrar também o extrato de soja em pó, que possui uma vida de prateleira mais longa. Podem ser utilizados no preparo de cremes, maionese, queijo (tofu), ricota, iogurte, vitaminas, sopas e mingaus.
O ''leite'' de soja constitui boa fonte de proteínas, fibras, vitamina B, mas contém somente 29,3% de cálcio em relação ao leite de vaca. Sua importância se torna ainda mais evidente, uma vez que pode ser usado por pessoas alérgicas à lactose e à proteína presentes no leite bovino. Possui ainda isoflavona, que atua na prevenção de doenças como o câncer de mama, de cólon, de útero e de próstata, e também no alívio dos efeitos da menopausa e da tensão pré-menstrual.
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Algumas pesquisas, porém, relacionam o consumo excessivo da soja com efeitos indesejáveis na tireóide. Assim, recomenda-se que pessoas com hipotireoidismo consumam moderadamente a soja e seus produtos. Não há consenso sobre a quantidade segura para o consumo, porém alguns estudiosos recomendam 50 mg de isoflavona por dia, o que equivaleria a aproximadamente 200 g de tofu ou menos de 50 g do grão torrado, ou ainda 500 ml de ''leite'' de soja.
Outro aspecto diz respeito aos fatores antinutricionais existentes na soja e que dificultariam a absorção de minerais como ferro, zinco e cálcio. Parte destes fatores são inativados quando a soja é cozida ou processada industrialmente, porém o que restou pode comprometer a absorção destes nutrientes por pessoas vulneráveis, como crianças, gestantes e idosos.
Marilsa Suemy Sakamoto Santini, nutricionista