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Alimento polêmico

Leite nem sempre é o vilão da alimentação

Agência Fiocruz/Fiojovem
02 nov 2009 às 08:55

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No Brasil, cerca de 30% dos adultos têm uma redução ou até total exclusão na produção de lactase, a enzima que digere a lactose - Reprodução
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O leite de vaca e seus derivados têm sido alvo de polêmica entre aqueles que defendem o consumo desses alimentos em todas as fases da vida e quem propõe que sejam banidos do cardápio. Mas os debates vão além do enquadramento nas categorias de "vilões" ou "heróis". A nutricionista do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Ana Lúcia Fittipaldi esclarece que há várias linhas de estudo sobre alimentação, sendo muitas discordantes entre si. Segundo ela, as que se baseiam na alimentação oriental não recomendam o consumo de leite de vaca, alegando que só o ser humano bebe leite na idade adulta.

As reações alérgicas e a intolerância ao açúcar do leite de vaca, a lactose, são os principais fatores de crítica: "A intolerância à lactose varia conforme a etnia, sendo mais comum em negros e orientais. No Brasil, cerca de 30% dos adultos têm uma redução ou até total exclusão na produção de lactase, a enzima que digere a lactose, açúcar presente no leite", explica a nutricionista.

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Fonte de nutrientes

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O leite de vaca é um importante alimento, de fácil acesso e fonte de vários nutrientes essenciais para o organismo, como proteínas, cálcio, fósforo, magnésio, vitaminas A, D e complexo B. Pode ser consumido em todas as fases da vida. Para crianças, só deve ser oferecido a partir de um ano de idade, pelo risco de desenvolverem alergia. O seu consumo na infância e na adolescência é um fator fundamental de prevenção da osteoporose.

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A endocrinologista e professora da pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Lizanka Marinheiro recomenda a ingestão de um copo (250 ml) de leite por dia. "O leite em porções indicadas e seus derivados, como queijos e iogurtes, têm seu papel benéfico na saúde do adulto, principalmente como fonte de cálcio e minerais. Deve-se dar preferência aos desnatados por causa dos baixos teores de gorduras".


Intolerância ou alergia?

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A intolerância à lactose tem como sintomas dores abdominais, diarréia e gases e costuma ser mais comum nos adultos, pois a produção de lactase diminui com o avançar da idade. Já a alergia à proteína do leite de vaca é mais comum em crianças. Os sintomas são mais graves e podem afetar vários sistemas, como gastrointestinal (cólicas, vômito, diarréia, constipação, gases, colite, náuseas) e respiratório (espirros, tosse, asma, congestão, bronquite e sintomas de gripe). Pode haver também reações oculares (olhos lacrimejantes e vermelhos, coceira e conjuntivite) e alterações na pele, como eczema, dermatite, urticária, vermelhidão, coceira, inchamento dos lábios, boca, e garganta.


Uma alternativa para quem não pode consumir leite são os produtos com baixo teor ou isentos de lactose. Há também a opção do leite de soja. "Algumas pessoas com intolerância à lactose, às vezes, não têm reações com iogurte e queijos, já que esses derivados do leite possuem menor teor de lactose", ressalta Ana Lúcia Fittipaldi.


Consumir outras fontes de proteínas, como carnes, peixes e frangos é outra recomendação para quem não pode beber leite. A endocrinologista Lizanka Marinheiro lembra, no entanto, que cada alimento desempenha sua função e deve ser consumido em proporção correta.

Buscar a orientação de um profissional de saúde é a melhor medida. Em caso de suspeita tanto de intolerância à lactose quanto de alergia à proteína do leite de vaca, o mais indicado é procurar um médico para fazer o diagnóstico e seguir o tratamento correto para cada situação. "As pessoas que toleram bem o leite devem incluí-lo na sua alimentação diária por ser um alimento importante", recomenda Ana Lúcia Fittipaldi.


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