Cafezinho fresco pela manhã ou à tarde. Poucos são os brasileiros que não têm esse costume diário. Mas muito além do sabor, o café, quando ingerido na dose certa, se transforma em uma importante bebida para o organismo humano. Segundo recomendação do Conselho Regional dos Nutricionistas do Paraná, o ideal é consumir quatro xícaras de café ao dia.
Além da tradição brasileira de consumir o café, uma média de 4,81 quilos de café por habitante em 2010, o Brasil também é um grande produtor. De acordo com o último levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura, no dia 28 de fevereiro deste ano, os estados com maior potencial de produção são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Paraná, Rondônia, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
As espécies Arábica e Robusta são as mais produzidas no país. Segundo a professora do Departamento de Ciências e Tecnologia de Alimentos da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Maria de Toledo Benassi, o café não contém apenas a cafeína, estimulante mais conhecido, mas também possui proteínas como trigonelina, diterpenos, alguns compostos aromáticos e melanoidinas. Ainda de acordo com a professora, as espécies podem conter proporções diferentes dessas substâncias. "O café Arábica e o Robusta possuem esses compostos, mas em diferentes proporções. De um modo geral, o café Arábica tem menos cafeína que o Robusta", explica.
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A professora salientou que muitas pesquisas já concluíram que a cafeína, quando ingerida em doses pequenas, tem proporcionado bons resultados ao organismo humano, principalmente pelo seu efeito antioxidante. "No geral, podemos dizer que a maioria dos pesquisadores hoje considera que existem poucas evidências de risco a saúde e consideráveis evidências de benefícios para adultos saudáveis no consumo moderado de café", conclui.
A pós-graduada em Ciência de Alimentos da UEL, Josiene Alessandra Vignoli, em sua tese apresentada na obra "Efeito da Matéria Prima e do Processamento nos Compostos Bioativos e na Atividade Antioxidante do Café", diz que a capacidade antioxidante do café é atribuída a diferentes compostos, principalmente pelos ácidos clorogênicos, caféico e ferúlico. A cafeína e as melanoidinas também são antioxidantes. Entretanto, esse efeito depende da quantidade absorvida pelo intestino.
Liofilização – qualidade e aroma
Josiane destacou ainda a importância do processo de liofilização do café solúvel. Esse processo é responsável por manter o maior número de nutrientes e aroma na bebida. Segundo Josiane, alguns métodos de produção e até a embalagem podem fazer com que o produto perca a qualidade. "Os cafés liofilizados são de melhor qualidade. Além dos aromas, outros compostos termolábeis (que degradam a altas temperaturas) também podem ser perdidos, dependo da produção", informou.
O processo de liofilização ocorre da seguinte maneira: o extrato é congelado a temperaturas inferiores a 30ºC. Triturado em moinhos, o café é conduzido para câmaras à vácuo, removendo a água por sublimação. Assim, se torna liofilizado, rico em nutrientes e aroma.
Em Londrina, o café tipo liofilizado pode ser encontrado na loja virtual londrinense de produtos orgânicos, o Orgânica Shop – www.organicashop.com.br.