Diversos pratos irresistíveis exigem cuidado extra, principalmente daqueles que têm problemas vasculares. Além do já frequente fast food no cotidiano alimentar, o chocolate, frituras, embutidos e pratos como feijoada são ricos em gorduras saturadas. Estas tentações podem, portanto, comprometer a saúde do coração.
"São alimentos com muito colesterol de baixa densidade - o LDL. Se ingerido em excesso, esse colesterol se deposita na parede dos vasos sanguíneos, formando a aterosclerose, que leva ao desenvolvimento de doenças vasculares mais graves", explica o cardiologista Christiano Barros, presidente da Regional Bauru da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).
Entre os prejuízos possíveis desse processo, os mais comuns são os que levam à obstrução do sistema vascular presente no sistema nervoso central, com a ocorrência do AVC (Acidente Vascular Cerebral), e o infarto, se as artérias do coração forem atingidas. O local acometido pela aterosclerose varia de acordo com cada organismo e com outros fatores de risco, como hipertensão e diabetes.
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Para reduzir o nível de colesterol ruim (LDL), princípio dessas complicações, uma dieta rica em fibras é fundamental, com grande variedade de frutas e vegetais.
Mas o médico adverte: "O ideal é manter um equilíbrio alimentar, utilizando tudo que nossa alimentação oferece - proteínas, carboidratos, fibras, etc. - em medidas adequadas, com o consumo de calorias compatível com a energia que precisamos".
As doenças causadas pela aterosclerose, principais causas de morte no Brasil, são multifatoriais. A alimentação é apenas um desses fatores. "Obesidade, tabagismo, ingestão excessiva de gordura saturada e sedentarismo são fatores modificáveis que, se controlados, podem colaborar para a saúde do coração. O único que não podemos modificar é a genética, o histórico familiar", explica o cardiologista.
O cardiologista reforça, portanto, que são vários os hábitos que previnem as doenças cardíacas: a importância da alimentação é a mesma que a da atividade física, assim como o controle da pressão arterial, parar de fumar, etc. "Por mais que a dieta seja a ideal, ela apenas reduzirá o nível de colesterol ruim, mas não aumentará o colesterol benéfico (HDL), como faz a prática da atividade física, por exemplo. Cada cuidado é tão fundamental quanto o outro", complementa Barros.
Dicas para um cardápio mais saudável
Alguns alimentos, ricos em fibras, que não devem faltar no cardápio, são aveia, legumes, frutas com casca, cevada, cenoura, quiabo, ameixa, laranja e verduras.
Podem ser incluídos, também, abacate, nozes, castanhas, azeite de oliva, óleo de linhaça, óleo de noz, óleo de soja e óleo de canola, que contêm gordura monoinsaturada - benéfica para o equilíbrio da pressão arterial -, além de peixes como salmão, arenque e cavalinha, ricos em ômega 3.