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Alimentação infantil

"Picky Eater": quando a criança é enjoada para comer

Redação Bonde
08 jul 2009 às 12:30

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Crianças com esse comportamento devem ser acompanhadas de perto por um pediatra - Reprodução
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As estatísticas mostram que metade dos pais considera seus filhos enjoados para comer. Isso faz com que busquem ajuda frequente dos pediatras. Nos Estados Unidos criou-se o termo "Picky Eater" para designar uma parcela das crianças com problemas alimentares, as "enjoadas para comer"

A criança Picky Eater, por definição é aquela que não come a variedade e/ou a quantidade adequada de alimentos, de acordo com a observação dos pais.

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Três fatores são determinantes para saber se uma criança é Picky Eater:

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Aversão sensorial à comida - a criança rejeita o alimento pela textura, cor ou sensação na boca;

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Neofobia alimentar - quando a criança tem medo de experimentar alimentos novos;


Tentativa de chamar a atenção - os pequenos tentam controlar os pais através do comportamento alimentar.

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Geralmente os 3 fatores encontram-se associados em doses variadas.


"Se fizermos uma graduação das dificuldades alimentares em crianças, as 'enjoadas' podem ser classificadas como mais graves que as crianças que são normais, mas têm pouco apetite, e menos graves que aquelas que têm problemas alimentares sérios muitas vezes associados às desordens comportamentais graves ou problemas médicos", orienta o pediatra Cícero Alaor Klupell em seu site (www.cicerokluppel.com.br)

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Comportamento da família


Além da preocupação dos pais com a baixa qualidade ou quantidade de nutrientes que essa crianças ingerem, o comportamento de um Picky Eater traz consequências ao desenvolvimento infantil. Outro aspecto importante, é que as divergências na hora da comida acabam gerando problemas sérios para a relação entre pais e filhos (às vezes entre os dois pais) e também para o desenvolvimento emocional da criança.

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As mães possuem um "programa" que as impulsiona a nutrir o filho, quando a criança não come o sentimento de frustração e ansiedade aparecem e se não houver calma, erros graves acontecem, brigas, chantagem, substituição por alimentos não adequados (mamadeira ou guloseimas). "Esse tipo de comportamento das mães só agrava o problema, pois a criança continua sem experimentar novos alimentos, come pouco e consegue exercer controle sobre os pais", salienta o médico.


O que fazer

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O especialista alerta aos pais que crianças com esse comportamento devem ser acompanhadas por um médico, geralmente o pediatra. "É preciso que alguém experiente faça o diagnóstico para avaliar se a criança tem apenas baixo apetite ou é um caso mais grave, onde há distúrbio de comportamento ou um problema físico", diz o pediatra.


Somente o médico poderá avaliar se é um caso de criança "enjoada para comer" e orientar os comportamentos da família. Se necessário poderá investigar ou encaminhar para outro profissional, psicólogo ou nutricionista, por exemplo. "É preciso entender que são as atitudes tomadas pela família que vão melhorar a alimentação da criança", lembra Klupell.

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Para ajudar a contornar o problema, Cícero Klupell ensina algumas regras básicas que devem ser seguidas pelos pais:


Estabeleça regularidade nas refeições;


Encoraje a criança a comer sozinha. Evite empurrar a comida na criança, nossa boca é maior e temos a tendência de oferecer colheradas maiores e em intervalos curtos. A criança comendo sozinha descobre o prazer de comer;


Dê o exemplo. Não adianta querer que a criança coma frutas e legumes se os pais não comem;


Evite televisão e distrações durante as refeições. O Budismo fala: "Quando tiver fome coma". Desfrute o alimento e aproveite o momento social que é a refeição;


Retire o prato se a criança parar de comer por 15 minutos. Ou se ela se tornar raivosa ou beligerante;


O paladar pode demorar em se adaptar a um novo sabor, muitas vezes é necessário dar um pedaço pequeno de uma fruta, todos os dias para que ela passe a gostar dessa fruta;


Mantenha uma atitude calma, neutra e firme diante dos comportamentos alimentares de seu filho;


Não dê excessiva atenção se comer pouco. E se comer bem tenha uma atitude positiva, porém em exageros. Um "muito bem" é o suficiente.

"Mudar hábitos requer esforço e determinação, mas trás grandes vitórias, tenha paciência, procure um profissional capacitado para as orientações e para ter apoio e procure estabelecer um elo com todas as pessoas envolvidas na alimentação da criança, pai ou mãe, avós, babá para que todos sigam os mesmos planos e se apóiem mutuamente. O resultado e muito recompensador", aconselha o pediatra.


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