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Longe da comida

Sem apetite: o que fazer quando a criança é 'picky eater'

*Redação Bonde
29 nov 2010 às 15:29

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O fato de a criança ser é enjoada para comer ou ter pouco apetite causa muitos incômodos para os pais - Reprodução
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As estatísticas mostram que metade dos pais considera seus filhos enjoados para comer. Isso faz com que busquem ajuda frequente dos pediatras.

Nos Estados Unidos criou-se o termo "picky eater" para designar uma parcela das crianças com problemas alimentares, as "enjoadas para comer".

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A criança picky eater, por definição é aquela que não come a variedade e/ou a quantidade adequada de alimentos, de acordo com a observação dos pais.

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Isso é determinado por três fatores: aversão sensorial à comida- textura, cor, sensação na boca; neofobia alimentar - medo de tentar alimentos novos e tentativa de chamar a atenção ou controlar os pais através do comportamento alimentar. Geralmente os três fatores encontram-se associados em doses variadas.

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Se fizermos uma graduação das dificuldades alimentares em crianças, os "enjoados" podem ser classificadas como mais graves que as crianças que são normais, mas têm pouco apetite e menos graves que aquelas que têm problemas alimentares sérios muitas vezes associados às desordens comportamentais graves ou problemas médicos.


Por que é preciso se preocupar?

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Obviamente a baixa qualidade ou quantidade de nutrientes traz consequências no desenvolvimento da criança. Porém, outro aspecto mais importante, é que as divergências na hora da comida trazem problemas sérios para a relação entre pais e filhos (às vezes entre os dois pais) e também no desenvolvimento emocional da criança.


E o que fazer?

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Procurar um médico, geralmente um pediatra. É preciso que alguém experiente faça o diagnóstico. Será que essa criança tem apenas baixo apetite ou é um caso mais grave, de distúrbio de comportamento ou um problema físico?


O médico poderá avaliar se é um caso de criança "enjoada para comer" e orientar os comportamentos da família. Se necessário poderá investigar ou encaminhar para outro profissional, psicólogo ou nutricionista, por exemplo.

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Comportamento da família


É preciso entender que são as atitudes tomadas pela família que vão melhorar a alimentação da criança. As mães possuem um "programa" que as impulsiona a nutrir o filho, quando a criança não come o sentimento de frustração e ansiedade aparece e se não houver calma, erros graves acontecem. Brigas, chantagem, substituição por alimentos não adequados (mamadeira ou guloseimas) são bastante comuns nesses casos. E o problema agrava, pois a criança continua sem experimentar novos alimentos, come pouco e consegue exercer controle sobre os pais.

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Existem algumas regras que deves ser seguidas, principalmente nestes casos:


1- Estabeleça regularidade nas refeições;

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2- Encoraje a criança a comer sozinha. Evite empurrar a comida na criança, nossa boca é maior e temos a tendência de oferecer colheradas maiores e em intervalos curtos. A criança comendo sozinha descobre o prazer de comer;


3- Dê o exemplo. Não adianta querer que a criança coma frutas e legumes se os pais não comem;


4- Evite televisão e distrações durante as refeições. Desfrute o alimento e aproveite o momento social que é a refeição;


5- Retire o prato se a criança parar de comer por 15 minutos. Ou se ela se tornar raivosa ou beligerante;


6- O paladar pode demorar em se adaptar a um novo sabor, muitas vezes é necessário dar um pedaço pequeno de uma fruta, todos os dias para que ela passe a gostar dessa fruta.


7- Mantenha uma atitude calma, neutra e firme diante dos comportamentos alimentares de seu filho;


8 - Não dê excessiva atenção se a criança comer pouco. E se comer bem tenha uma atitude positiva, porém em exageros. Um "muito bem" é o suficiente.


Mudar hábitos requer esforço e determinação, mas traz grandes vitórias, tenha paciência, procure um profissional capacitado para as orientações e para ter apoio. Também procure estabelecer um elo com todas as pessoas envolvidas na alimentação da criança, pai ou mãe, avós e babá, para que todos sigam os mesmos planos e se apóiem mutuamente.

*Por Cícero Alaor Kluppel, pediatra especializado em homeopatia e acupuntura (www.cicerokluppel.com.br)


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