A goji berry chegou no Brasil há cerca de três anos, com a força dos modismos, fama de emagrecer e rejuvenescer e composição nutricional riquíssima: cada 100 gramas têm 50 vezes mais vitamina C do que uma laranja.
Seu poder antioxidante, medido pelo índice Orac (sigla para Oxygen Radical Absorbance Capacity, criado por pesquisadores da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, para o Departamento de Agricultura norte-americano), é o mais alto entre as frutas, com pontuação três vezes superior ao segundo colocado da lista, a framboesa negra, como informa a nutricionista Libia Vieira, de Campinas (SP), especializada em nutrição aplicada ao exercício físico.
"Além disso, contém 19 aminoácidos, que ajudam a formar as proteínas, incluindo oito essenciais que não são produzidos pelo nosso organismo", explica o nutrólogo Edson Credidio, doutor em ciências de alimentos pela Unicamp. "Também oferece 21 minerais, incluindo o germânio, ao qual se atribui atividade anticancerígena. E é uma ótima fonte de vitaminas B1, B2 e B6".
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Para o médico, tantas propriedades benéficas justificam o consumo diário de uma colher de sopa de goji desidratada, misturada com iogurte ou batida no suco verde. Embora também esteja disponível em cápsulas, todos os especialistas ouvidos para esta reportagem recomendam preferencialmente o consumo da fruta desidratada, pois assim o organismo captura melhor seus muitos nutrientes.
Quando foi "lançada" comercialmente no Ocidente, a goji provocou desconfiança. Os maiores estudos vinham da China (claro) e envolviam poucos participantes. "Mas publicações sérias logo trouxeram descobertas relevantes. Uma pesquisa divulgada na revista científica norte-americana Journal of Alternative and Complementary Medicine comprovou inclusive que o consumo regular de goji berry aumenta a disposição e o desempenho atlético", explica o médico.
A nutróloga Marcella Garcez, de Curitiba, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), lembra ainda que a goji é pródiga em polifenóis. "Essas substâncias podem melhorar o intrincado processo da termogênese e acelerar levemente o gasto calórico", diz a médica. E quanto a emagrecer? Bem, a goji berry não faz milagres. "É um alimento funcional interessante, que concentra muitos nutrientes, mas não é a saída mágica para a obesidade", afirma Marcella. "Faz sentido incluí-la num programa alimentar equilibrado e integrado com exercício."
A nutricionista Libia lembra que é uma frutinha calórica: duas colheres de sopa têm cerca de 100 calorias. "Como carboidrato, equivale a duas colheres de aveia ou 80 gramas de batata-doce, o que faz dela uma boa fonte de energia. Também contém muito potássio, e isso combate a retenção de líquido", afirma. O nutrólogo Edson Credidio faz apenas um alerta: a goji pode interferir na ação de remédios contra a trombose ou para o controle de pressão e da glicemia. Nesses casos, a ingestão deve ser avaliada por um profissional de saúde.
(com informações do site M de Mulher)