O Brasil registrou, desde o início do ano até setembro, cerca de 2,5 mil casos de rubéola. Segundo o Ministério da Saúde, o último estado confirmado pelo surto da doença foi Pernambuco.
No período, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul registraram o maior número de casos, com um total de 1.386 e 356, respectivamente.
Em todo os estados, a maior incidência foi entre os homens não-vacinados, com idade entre 20 e 29 anos.
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Cláudia Valente, diz que isso se deve ao fato de, normalmente, as campanhas serem mais direcionadas a mulheres e crianças.
"Desde o ano 2000 o Ministério vacina todas as crianças acima de uma ano de idade contra sarampo, rubéola e caxumba. É uma vacina de rotina. Durante um período foram feitas campanhas para erradicar a rubéola congênita nas mulheres em idade fértil. Então, a população dos homens jovens estava sem proteção".
Segundo o coordenador geral de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Ricardo Marins o surto da rubéola teve início no meio do ano passado no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. No Rio a doença ainda não foi controlada.
"Conseguimos controlar o surto em Minas Gerais. No Rio de Janeiro foi mais difícil conter, e acabou passando para as cidades de interior. Fizemos uma campanha no estado para diminuir o número de pessoas ainda não imunizadas, mas o vírus já tinha uma grande circulação".
Marins acrescentou que o surto da doença é de difícil controle. "Porque a rubéola tem uma característica, segundo a qual, até 50% das pessoas infectadas não apresentam sintomas, mas transmitem a doença".
Em adultos, a rubéola não apresenta complicações, embora haja riscos ao feto no caso de mulheres grávidas.
"O grande problema é a gestante que se infecta no primeiro trimestre de gravidez. Porque há possibilidade de o bebê nascer com seqüelas como surdez, cegueira, mal-formação no coração e dificuldade de audição", explica o professor do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Tauil.
Em 2003, o Brasil e outros países das Américas assumiram a meta de eliminar, até 2010, a rubéola e da síndrome da rubéola congênita.
A vacina contra a doença apresenta-se na forma combinada com a vacina contra o sarampo (dupla viral) ou com as vacinas contra o sarampo e a caxumba (tríplice viral).