Os servidores dos Correios, que estão em greve desde quinta-feira (13), não chegaram a acordo nesta sexta (14) com a empresa, em reunião do comando de negociação, para discutir o reajuste de salários. Eles passaram o dia com o presidente da Empresa Brasileira de Correios (ECT), Carlos Henrique Custódio, que manteve a oferta de correção dos salários entre 13,28% e 4,36, conforme a faixa, priorizando com índices maiores os que ganham menos.
A ECT oferece também abono de R$ 400 em duas parcelas (a segunda em janeiro de 2008), aumento linear de R$ 50 e vale refeição extra de R$ 391 em dezembro. Mas os grevistas querem reposição de perdas de 47%, que alegam estar tendo desde 1994, e acréscimo linear de R$ 200.
O assessor de Imprensa da ECT, Fausto Weiler informou que dos 52 mil carteiros 12 mil estão em greve. De 11 mil operadores de carga 1 mil estão parados e dos 3 mil motoristas de vans nas cidades 386 aderiram ao movimento. Ele computa que 20% do efetivo esteja parado, e diz que os efeitos da greve só se fazem notar aonde existe mobilização.
O sindicalista José Rivaldo da Silva, no entanto, diz que os números são ao contrário do que a ECT informa. Ele calcula adesão de 80% dos servidores da área operacional à greve. Trabalham no Distrito Federal 1.100 carteiros e pelos menos mil deles estavam na marcha realizada hoje em Brasília.
O assessor Fausto Weiler defende que a empresa tem facilidade de aferir a frequência dos servidores, pois recebe informações das regionais que estão conferindo a assinatura de pontos para descontar os dias parados. A greve nos Correios contou com a adesão de parte de Minas Gerais e Rondônia, que estavam fora do movimento na quinta, junto com Sergipe, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo.
Conforme Weiler, a ECT vai submeter a greve dos servidores ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) na segunda feira (17), para ajuizamento de dissídio coletivo, o que, segundo entende ele, "pode resultar em perdas para os grevistas, em relação ao que está sendo ofertado agora".
ABr