O governador Roberto Requião inaugurou nesta quinta-feira (5) o Centro de Pesquisa em Células-Tronco, na área de Cardiologia, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O Paraná é o único Estado que possui um fundo de Ciência e Tecnologia.
Ricardo João Westphal, cardiologista e professor do HC, é o idealizador do laboratório. Ele entende que a pesquisa em célula tronco é a esperança para o tratamento de várias doenças. "Os novos hospitais que estão sendo construídos no Paraná poderão utilizar tecnologia de ponta e se tornar referência no assunto em saúde pública", declara. De acordo com Westphal, os pacientes que se submeteram ao implante de células-tronco em outros hospitais apresentaram resultados positivos.
"Esta iniciativa é um feito que está sendo construído há 30 anos. Sequer tínhamos idéia do potencial das células-tronco", afirmou o diretor do setor de Ciências em Saúde da UFPR, Rogério Molinari. Segundo ele, tudo começou com transplante de órgãos e após vislumbrar a possibilidade de novas pesquisas, começaram os investimentos.
O HC participa de um projeto em pesquisa de células-tronco com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além disso, integra a rede de pesquisas em terapia celular do Ministério da Saúde (MS), coordenado pelo Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras (INCL), do Rio de Janeiro, que estuda 1,2 mil pacientes em todo Brasil, sendo 29 pacientes com cardiomiopatia dilatada, na forma grava, do HC.
Em junho, o HC realizou o primeiro implante de células tronco em um paciente com cardiopatia dilatada, doença degenerativa que faz com que o coração fique dilatado com diminuição de batimentos. O tratamento convencional é feito com medicamentos ou transplantes.
As células são extraídas do osso do quadril do paciente, de onde são retirados 100 mililitros de sangue. Esse material vai para o laboratório, onde se isolam as células-tronco. Depois, por meio de cateterismo, injeta-se o material em três coronárias do coração.
Cada célula-tronco pode formar 220 tipos de células diferentes. Elas podem se replicar e formar novas células sempre iguais ou também formar outras diferentes. As pesquisas surgiram há cerca de 20 anos e se iniciaram com camundongos. Em 1998 elas foram isoladas do tecido humano pela primeira vez. (Com informações da Agência Estadual de Notícias)