O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) testou seis marcas de pão de forma e encontrou até 50% mais gordura e até 18% menos fibras do que o informado na embalagem.
O Idec selecionou para a pesquisa os tipos de pães mais consumidos pela população: os integrais, os pretos e os de centeio e constatou diversas irregularidades nas informações contidas nos rótulos dos produtos.
As seis marcas de pão de forma analisadas apresentaram mais gorduras do que o informado na embalagem, variando de 13,79% no Pullman Plus Vita Preto a 49,46% no Wickbold Preto.
A quantidade de fibras também não bate com o que está escrito nos rótulos. No caso do Charlotte Integral e Linho foi encontrado 18,97% menos fibras do que o declarado e em todos os outros casos havia mais fibras do que constava nas embalagens.
De acordo com a legislação atual, é permitida aos fabricantes uma variação de até 20% (para mais ou para menos) entre a indicação dos dados nutricionais na embalagem e a quantidade de nutrientes que o produto de fato contém. Porém, para o Idec, essa margem de erro é muito alta.
Segundo a coordenadora de testes e pesquisa do instituto Lorena Contreras, "essa variação deveria ser reduzida a, no máximo, 10%, e ainda assim continuaria grande a diferença". Mesmo com esse limite, apenas uma das marcas está dentro dos padrões da legislação atual - o Pullman Plus Vita Preto.
Lorena afirma ainda que "as diferenças encontradas nos testes são prejudiciais ao consumidor, principalmente àqueles que devem ter uma dieta rigorosamente controlada e que se baseiam nas informações dos fabricantes para a escolha do produto mais adequado".
O teste também avaliou a existência de microrganismos prejudiciais ao consumidor, mas em nenhum dos casos foi encontrado esse tipo de alteração.
As marcas testadas foram Pullman Plus Vita Preto; Pullman Plus Vita Integral; Nutrella Preto; Nutrella Centeio; Charlotte Integral e Linho; e Wickbold Preto.