Os anticoncepcionais injetáveis podem ser de uso mensal ou trimestral. Ambas apresentações são muito seguras, estão disponíveis no Brasil e são utilizadas há muitos anos.
Estes anticoncepcionais atuam inibindo a ovulação e também tornam o muco cervical espesso, dificultando a penetração do espermatozóide. São também muito eficazes, com taxas de gravidez muito baixas, ao redor de 0,1% a 0,3% ao ano, aproximadamente.
Os de uso mensal são compostos por dois hormônios femininos (estrógeno e progesterona), agradando as usuárias já que quase não apresentam sintomas comuns aos anticoncepcionais orais, como dor de cabeça e tonturas, embora possam levar a um pequeno aumento de peso e, principalmente, a alterações do ciclo menstrual (sangramento prolongado ou sangramento intermenstrual). São também muito práticos, já que utilizados apenas uma vez ao mês. Além disso, não interferem na sexualidade da mulher, diminuem as cólicas menstruais e previnem a anemia ferropriva.
No entanto, há contra-indicações, principalmente no que se refere ao uso por mulheres acima dos 35 anos e fumantes, aquelas com histórico de trombose, cardiopatia, doença hepática grave e enxaqueca.
A utilização vai depender do laboratório em que tenham sido produzidos, podendo ser usados sempre em um dia fixo do mês ou no oitavo dia do ciclo menstrual.
Quanto aos de uso trimestral, estes são compostos por apenas um hormônio feminino (progesterona), que é liberado gradativamente durante os três meses. Podem, no entanto, levar ao aumento de peso e dor de cabeça, e quanto à menstruação, mais de 60% das mulheres ficam sem menstruar; outras podem apresentar sangramento leve, levando raramente a um aumento de fluxo.
Com a utilização do trimestral, o retorno à fertilidade é um pouco mais demorado se comparado aos outros métodos contraceptivos, levando a uma demora de aproximadamente quatro a seis meses.
O início do uso destes anticoncepcionais pode ser feito a qualquer momento, desde que a mulher não esteja grávida, iniciando-se, geralmente, logo após a menstruação.
Por fim, pode-se afirmar que ambos são excelentes métodos contraceptivos, com poucos efeitos colaterais e muito seguros. Cabe, então, a cada mulher optar pelo método que melhor se adaptar.
* Marcelo Mendonça - ginecologista e obstetra