O jornalismo acompanhou Délio Cesar do primeiro ao último instante de vida. Quando nasceu, a parteira sentenciou: "Vamos cuidar da mãe, que esse menino já virou anjinho". Embrulharam o recém-nascido, roxo e imóvel, em trapos e jornais velhos, sem esperança de que ele sobrevivesse. De repente, quando ninguém esperava, ouviu-se um choro forte: era Délio, informando ao mundo que Dona Nenê, a parteira, havia cometido uma "barriga" daquelas.
Quando estava na UTI da Santa Casa, em fevereiro do ano passado, fez à mulher, Avani, um pedido inesquecível e emocionante: "Me dá uma máquina de escrever". Seu instinto era o de registrar também aqueles últimos momentos de vida. Como disse Newton Moratto, o último desejo de Délio era o de um guerreiro que não queria partir sem a espada – de pé vermelho e mãos limpas!
Por isso, aguardo ansiosamente o lançamento do livro "Cidadão Délio", perfil biográfico do grande jornalista, político, advogado e homem de cultura chamado Délio Nunes Cesar (1939-2015). A obra ficou sob a responsabilidade do irmão e jornalista Lélio Cesar, grande contador de histórias. O lançamento está marcado para o dia 8 de abril, quando Délio completaria 77 anos. (Curiosamente, ele aniversariava um dia antes do Dia do Jornalista.)
"Cidadão Délio" promete mostrar as várias faces de Délio Cesar: editor, repórter, polemista, advogado, vice-prefeito, vereador, criador de festivais, incentivador do esporte, homem de cultura, pai, marido e amigo exemplar – enfim, um mestre e um lutador nos diversos campos em que atuou.
Ave Délio Cesar, os que vão lutar te saúdam!