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É a cultura, estúpido!

23 mai 2016 às 08:50

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Calma, não se ofenda. O título acima é só um trocadilho histórico. Em 1992, depois de vencer a Guerra do Golfo, o presidente republicano George Bush parecia imbatível na reeleição para a Casa Branca. Foi quando James Carville, assessor do então candidato democrata Bill Clinton, criou o famoso slogan: "É a economia, estúpido!" Carville disse o óbvio: nenhum presidente será invencível com a economia em recessão.

A reconstrução do Brasil passa pela recuperação econômica. Sem empresas fortes, produção de riquezas e geração de empregos – em suma, sem capitalismo –, nenhum país sai do buraco. Mas não podemos cair na tentação do economicismo e achar que todos os problemas serão resolvidos se o PIB melhorar. O grande desafio que o Brasil precisa vencer, enquanto a economia tenta voltar a respirar, é a guerra cultural.

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Se os golpistas do tapete vermelho – os que foram para Cannes e os que podem ir em cana – continuarem pautando o debate político e ideológico, estamos todos perdidos. Ganhando a guerra no plano das ideias e informações, o PT voltará, talvez com outro nome, mas ainda mais forte.

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É por isso que os companheiros ficaram tão desesperados com o fim do Ministério da Cultura (agora lamentavelmente "ressuscitado"; era bom demais pra ser verdade) e as mudanças na Lula News, também conhecida como EBC. Burros eles não são: sabem que o cerne do poder esquerdista está no controle da cultura e das notícias. Ninguém estranhou o fato de que "artistas" e "intelectuais" estavam a exigir um ministério no governo que eles mesmos chamam de golpista?

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No Brasil, existem dois tipos de pedágio: o rodoviário e o ideológico. O primeiro é uma desgraça para o nosso bolso; o segundo é uma desgraça para a nossa inteligência. Raramente encontramos um membro de nossas classes falantes, os tais "formadores de opinião", que não pague o seu pedagiozinho para a esquerda a todo instante, das teses de doutorado até inocentes comentários em redes sociais. Para ser respeitado nos meios acadêmicos e convidado para eventos da esquerda chique, o cara tem sempre que mostrar um nojinho do Bolsonaro, ou fazer um afago nos "movimentos sociais", ou dizer que Hillary Clinton é a nova Santa Teresa de Calcutá.


Um dos meus raros motivos de orgulho, como escritor e jornalista, é não ter nunca de pagar pedágio ideológico para a esquerda. Não vejo autoridade moral em ninguém que defenda a hecatombe petista, a cleptocracia, o estatismo, o abortismo, a ideologia de gênero, a liberação da maconha, a ditadura venezuelana, a ditadura cubana, o imposto sindical e o ódio entre as classes sociais. No meio político brasileiro, são raros os líderes que deixam de pagar pedágio para essas causas nefastas.

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Se Michel Temer quiser escrever seu nome na história como o homem que deu um jeito no País, deve parar de pagar pedágio ideológico. Como sei que ele gosta de ler, deixo aqui uma dica: o livro "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", de Olavo de Carvalho. É a cultura, presidente!


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PS: Depois dessa, Jucá, só existe uma frase para você: – Tchau, querido.


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