1. Há os bandidos de cima e os bandidos de baixo. Os dois grupos estão em guerra contra a lei, a ordem e a polícia. Numa guerra, como se sabe, há dois tipos de pessoas: aliados e inimigos. É preciso escolher um lado. No Brasil e em Londrina, a maioria absoluta está ao lado da polícia, da ordem e da lei. Isso não implica justificar excessos e crimes cometidos em nome da lei; simplesmente é uma questão de clareza ética e honestidade intelectual. Insinuar que bandidos e policiais são todos iguais é ceder à pior tentação de nosso tempo: o relativismo moral. Eu defendo a polícia, embora possa criticá-la. Existem policiais ruins, mas não existe bandido bom.
2. Os ladrões do dinheiro público são os bandidos de cima. Já destruíram a economia do país em benefício próprio. Agindo na sombra, conseguem permanecer longos anos no poder, aparelhar as instituições e garantir seus apartamentos de luxo e estâncias paradisíacas, à custa do cidadão comum pagador de impostos.
3. Mas há também os bandidos de baixo. Aqueles que apontam a arma contra o mesmo cidadão comum e levam seus bens (quando não a sua vida). Aqueles que mataram Alice e Antônio. Aqueles que espalham o vício entre a juventude. Aqueles que roubaram mais de vinte vezes a mesma rede de lojas. São os assaltantes sem cargo público, sem imunidade, responsáveis diretos pela liderança do Brasil no vergonhoso ranking mundial de assassinatos.
4. Os assaltantes de cima usam como armas os impostos, as taxas, a máquina pública, os cabides de empregos e, é claro, a corrupção sem fim. Os assaltantes de baixo tocam o terror. As duas elites têm em comum o desprezo pelos valores espirituais, a dependência mútua, o amor pelo crime e o ódio à polícia. Se pudessem, acabariam de uma só vez com a Polícia Federal e a Polícia Militar. Varreriam do mapa o juiz Sergio Moro, o japonês da PF e toda a corporação da PM.
5. Agora os bandidos de baixo estão executando policiais no Paraná. Se qualquer outra categoria profissional estivesse sendo alvo de matadores, a mobilização da sociedade civil já seria intensa, e com toda a razão. Não podemos aceitar a morte de trabalhadores. Não podemos aceitar o assassinato do soldado Cristiano, que poderia ser filho ou irmão de qualquer um de nós. Cristiano foi morto na noite de sábado, aos 33 anos. Sim, as mortes que seguiram à do soldado são calamitosas e devem ser investigadas e punidas com o rigor da lei, especialmente se houver vítimas inocentes. Não se pode, porém, perder o foco nem ceder à inversão de valores: lembremos que o objetivo final dos bandidos é (sempre foi) destruir a polícia. A vida de Cristiano foi destruída; a PM não pode ser!
6. Se ficarmos calados, de tanto roubar o nosso dinheiro e a nossa liberdade, os bandidos vão acabar roubando a nossa vida.
7. Que a Mãe de Deus interceda por nossa cidade. Que o seu Filho, morto inocente e ressurrecto aos 33 anos, tenha piedade de nós.