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NÃO ROUBARÁS — Entre a esperança e a infâmia

17 abr 2016 às 07:48

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Parlamentares hoje vão escolher entre a esperança e a infâmia. Será que Brasília vai ouvir o Brasil?

Por Paulo Briguet

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Quando Deus ditou o sétimo mandamento a Moisés, estava definindo um dos sustentáculos mais importantes da civilização e criando uma das regras que impedem o mundo de se tornar um inferno habitado por lobos que se entredevoram.

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Nos últimos anos, o Estado brasileiro foi tomado por uma organização criminosa, cujos tentáculos se espalham por praticamente todos os segmentos da vida pública. Aqueles que deveriam zelar pela coesão social são hoje os que adotaram o roubo não apenas como uma prática, mas como o próprio método de governo. Estamos em plena cleptocracia — o governo do roubo. Os responsáveis por essa máquina de crimes só não contavam com uma coisa: a resistência do povo. Hoje, 90% da população brasileira quer o fim da cleptocracia. E o primeiro passo pode ser dado hoje, com o impeachment da sra. Dilma Vana Rousseff.

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Esperança pode ser uma palavra gasta, tal como escreveu o poeta Ferreira Gullar. Mas, ainda assim, ela é imprescindível para a nossa sobrevivência como indivíduos e sociedade. O preceito "Não roubarás" aplica-se também à esperança. Um governo não tem o direito de roubar a esperança e o futuro de seu povo. Muito menos tem o direito de roubar a paz de seus concidadãos, como vêm ameaçando fazer os tais "movimentos sociais" apoiados pela máquina do Estado.


Dezessete de abril, uma data que rima com o próprio nome do País, pode marcar o início de uma nova forma de administrar os bens públicos. Mas talvez não seja esse o principal fruto do dia de hoje: é bem possível que estejamos presenciando o nascimento de uma nova consciência moral da nação. Uma consciência fundamentada nos valores do trabalho, da verdade e do amor ao próximo.

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Os parlamentares brasileiros hoje estão diante de um caminho que se bifurca. Eles precisam escolher entre a esperança e a infâmia. Precisam decidir se querem estabelecer um marco na democracia ou preferem somar mais um item à longa história das vergonhas brasileiras: a escravidão, o golpe republicano, o massacre de Canudos, a Intentona Comunista, o golpe e as torturas do Estado Novo, a aliança Prestes-Vargas, o golpe de 64, o AI-5, as mortes da ditadura militar (por terror ou tortura), o assassinato de Vladimir Herzog, a rejeição das Diretas-Já, o esquema PC, a emenda da reeleição, os 60 mil homicídios por ano, o caso Celso Daniel, o Mensalão, o Petrolão.


Se optarem pela infâmia, os parlamentares brasileiros tornar-se-ão apenas mais alguns nomes no rodapé da história. Em breve serão tragados por novos pedidos de impeachment, por novos escândalos da Lava Jato, por novos delírios ideológicos do petismo. Se optarem pela esperança, é possível que nossos filhos um dia olhem para eles com alguma benevolência.

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Temos um País para reconstruir e o destino de milhões de brasileiros nas mãos do Congresso Nacional. Quando Deus disse "Não roubarás", não se referia somente ao dinheiro e às riquezas. Ele estava defendendo a verdade, porque mentir também é roubar. Ele estava falando ainda sobre o mais triste dos roubos: o roubo da dignidade, em que a vítima é o próprio assaltante.


Do lado de dentro, 513 deputados e 81 senadores. Do lado de fora, 180 milhões de brasileiros. Que Brasília ouça o Brasil. E que venha a esperança — ainda que tardia.


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