No livro "1984", de George Orwell, o país governado pelo Grande Irmão possui um Ministério do Amor, cujo único propósito é espalhar o ódio entre a população. Posso dizer que conheço o assunto, porque durante muitos anos, quando militei na esquerda sindical, especializei-me em escrever discursos de ódio. A certa altura de minha vida, eu praticamente não escrevia mais nada que não tivesse o firme objetivo de destruir algum adversário ou instituição que meus companheiros julgassem contrários à causa. Por volta dos 30 anos de idade, quando percebi o que estava fazendo a mim mesmo e aos outros, decidi abandonar para sempre o discurso do ódio e dar adeus ao Grande Irmão chamado esquerda. Nikita Khrushchov disse sobre Stálin: "Ele nos mergulhou em sangue até os cotovelos!" De modo análogo, posso dizer que o esquerdismo mergulha seus adeptos até os cotovelos na mentira. Por sinal, em "1984" há um órgão destinado a propagar a mentira: chama-se Ministério da Verdade.
Pós-graduado em discursos de ódio, hoje só escrevo por amor ao próximo. Procuro semear compaixão em cada palavra de meus textos, ainda que por vezes essa compaixão assuma formas agressivas ou polêmicas. As obras e a fé não devem estar nunca separadas; do mesmo modo, a misericórdia e a justiça. Jesus é o Príncipe da Paz, mas nunca deixa de dizer o que pensa quando necessário, mesmo que seja para chamar seus adversários de "raça de víboras", para expulsar os vendilhões do Templo ou para dizer sobre o molestador de crianças: "Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar". (Lc 17,2)
Durante os últimos 30 anos, a esquerda brasileira viveu exclusivamente do discurso de ódio. Odiou a Constituição de 1988, odiou o Plano Real, odiou as privatizações, odiou os empresários que não colaboraram com seu projeto de poder e agora odeia a maioria absoluta da população que lhe quer fora do governo. Odeia os conservadores, odeia os liberais, odeia a liberdade de expressão e odeia a lei. Hoje odeia mais do que tudo a Operação Lava Jato, por colocar a quadrilha na cadeia.
A cultura do ódio esquerdista tem uma origem bastante clara: a doutrina da luta de classes. A visão de mundo marxista, baseada na guerra entre classes sociais, é a receita para o caos e a destruição de uma sociedade. O conceito de "inimigo de classe" equivale a um caminho para o genocídio, sendo uma ideia tão destruidora quanto a tese da superioridade racial do nacional-socialismo.
Digo com toda a sinceridade, com o coração nas mãos: não sinto ódio por ninguém. Desses que vivem na mentira, pequenos marighellas da organização criminosa, eu sinto pena, dó, compaixão extrema. Tenho amor à verdade, à beleza, à justiça, à honestidade, ao bem. Tenho amor à família, ao próximo, ao inimigo. Tenho amor a Deus. Não faço discurso do ódio: faço discurso do óbvio.