Curitiba é hoje a capital moral do Brasil. Há dez dias, estive em Brasília, a capital oficial, durante a votação do impeachment na Câmara; agora, tive a honra de visitar a cidade onde o juiz Sérgio Moro e a equipe da Operação Lava Jato fazem um trabalho histórico e abrem caminho para a reconstrução do País.
O motivo da minha visita a Curitiba foi um convite do empresário Sinval Lobato Machado e do escritor Nilson Monteiro para que proferisse uma palestra ao Conselho Político da ACP (Associação Comercial do Paraná), entidade fundada há 125 anos por Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, um herói da Pátria. À minha fala dei o título de "Confissões de um ex-esquerdista".
Nove entre dez brasileiros apoiam o trabalho de Sérgio Moro e sua equipe. Às vésperas da transição para o governo Michel Temer, essa ampla maioria do povo, agora não mais silenciosa, será colocada diante de um grande desafio: debelar o incêndio que os desalojados do poder tentarão provocar em todo o Brasil. Incêndio, por sinal, já anunciado pelos Neros dos "movimentos sociais".
Na palestra, evoquei a história de brasileiros como o Barão do Serro Azul, que foi assassinado em 20 de maio de 1894 por se opor às arbitrariedades do governo federal da época. O mártir paranaense pagou com a própria vida pelos valores da liberdade e da dignidade humana. Era um homem de sólida formação intelectual, que lutou contra um governo ilegítimo, corrompido e sanguinário. A história acabou por fazer justiça a esse bravo conservador.
"Conservador", a propósito, deixou de ser uma ofensa e se tornou um elogio em nosso tempo. O futuro do Brasil depende da nossa capacidade de conservar os valores fundamentais da civilização, que podem ser resumidos no amor de Cristo: amor ao próximo, amor ao trabalho, amor à família, amor à justiça, amor à verdade. Sem esse amor, a vida se torna um imenso vazio, onde os homens são escravos do poder, do prazer e do egoísmo.
"Conservadorismo", diz Roger Scruton, "significa encontrar o que você ama e agir para proteger isso". Eis a razão pela qual nove entre dez brasileiros apoiam a República de Curitiba: eles amam a verdade e a justiça. Que Brasília continue ouvindo o Brasil.
(E não se iludam, meus amigos. O que PT e a esquerda brasileira desejam é transformar os próximos seis meses em um grande "massacre de 29 de abril".)