Embora os homens sejam acusados de não conhecerem suas próprias fraquezas, talvez a maior parte ignore também sua própria força. Esta existe nos homens como no solo, em que por vezes há um veio de ouro de que o próprio dono não tem conhecimento.
Jonathan Swift

Pode parecer contraditório, mas cutucar feridas, expor as dores e conhecer o mais profundo de nossas almas pode ser libertador. Aqueles que já passaram por sessões de psicanálise que o digam. Conhecer a sí mesmo não é nada fácil, pode ser inclusive doloroso, mas não deixa de ser um dos principais caminhos para nosso processo de evolução.

Todo ser humano é livre e os camimhos estão aí para serem percorridos. A consciência nos dá um direcionamento e o coração, no final das contas, é o verdadeiro cérebro de tudo. Quem sabe ouví-lo percorrerá o caminho certo, aquele que o levará para as melhores conquistas e situações específicas conforme seu merecimento e necessidade. É quase que matemático, simples demais, mas nós, seres humanos-terra que somos, fazemos questão de confundir tudo. E mais: dificultar os processos.

Deus na sua infinita bondade nos possibilitou um cérebro fantástico para nos ajudar a entender. O conhecimento está a disposição de todos, mas é a moral do indivíduo que o levará a ter o interesse necessário para aprender os mistérios da vida. Com o tempo passamos a pereber nosso processo de lapidação. Precisamos ter consciência de que a nossa lapidação vai acontecer diariamente.

É como uma pedra mesmo que precisa ser lapidada. Somos muitas vezes cheio de cascas que foram colocadas pela vida, pelas escolhas erradas, pelas influências erradas sobre nós. Precisamos ter a consciência de assumir uma postura de modificar. A conversão é justamente esse prcesso humano auxiliados na fé para que possamos ter coragem de olhar as nossas misérias e transformá-las em virtudes. É um dos maiores desafios, desafiar nós mesmos.

E tudo acontece no nosso íntimo. As transformações que nos acontecem, embora inúmeras, elas acontecem individualmente. É um processo íntimo, que exige recolhimento, paciêcia. O que é importante para uma pessoa pode não ser fundamental para a outra. Enquanto alguns necessitam estar entre tantos, outros precisam estar só. E isso pode, inclusive, gerar o desconforto por parte daqueles que nos amam. Porque as vezes é preciso, e muito, nos afastar até mesmo dos que amamos, para que sem a influênciação de quem quer que seja, possamos entender esse nosso processo individual.

É a busca pela voz interior e ela acontece a todo instante. Quanto mais nos calamos, mais ouvimos a nós mesmos. Sobriedade necessária para o resgate de nossas forças que precisam ser recolocadas ao exercício de nosso bem próprio e de nosso bem para os que estão ao nosso redor.

A vida é curta demais para que percamos tempo com realidades que não são nobres. Viver o processo íntimo do amor próprio, aceitar com simplicidade as riquezas que Deus nos deu e começar a trabalhar essas riquezas para que elas realmente possam trabalhar na nossa vida. Esse é apenas um dos caminhos. E que não sejamos ingênuos: Deus nunca entregará a cada um de nós o fardo maior que nossas forças. O que nos resta é estar com Ele e permitir que Ele esteja em nós a cada instante para conseguirmos não só tocar em nossas feridas, mas aceitá-las e transformá-las em verdadeiros "degraus" para outras etapas da vida e daí então estaremos ainda mais fortes e preparados para circunstâncias ainda mais intensas e até assustadoras, mas necessárias. É o auto-conhecimento e ciclos da vida acontecendo a todo instante, a escolha é nossa em encará-los de frente e administrá-los a nosso favor.