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Descanse em paz, João.

09 ago 2009 às 18:19

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Lembro-me bem, como se fosse ontem. Eu tinha dez anos e, aos domingos, ganhava uma Folha de Londrina de um vizinho querido, o seu Nelson. Acontece que meu pai e minha mãe são oriundos de famílias humildes e só depois de muita labuta conseguiram chegar a uma vida confortável. Por isso, assinatura de jornal lá em casa só começou quando eu já estava na faculdade. Então, sabendo do meu gosto pela leitura, o seu Nelson, por cima do muro, passava-me a Folha dominicalmente.

O caderno de esportes era o meu favorito naquele tempo, principalmente por causa do Londrina Esporte Clube. É verdade, eu já sofria desde novinho com o Tubarão. Mas eu também lia os outros cadernos. Na verdade, lia até o expediente. E lá estava: fundador JOÃO MILANEZ.

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Eu nunca tinha visto o tal Milanez, mas ficava pensando: "nossa! Deve ser um homem muito importante. Fundador do jornal!" Eu mal podia imaginar que, 17 anos depois, seria o responsável por escrever, na Folha de Londrina, a notícia da morte de João Milanez. Eu já tinha feito outras matérias tristes antes, mas poucas mexeram tanto comigo. Para ser bem sincero, foi difícil me segurar ao entrevistar o João Rodrigo, filho do seu João. Eis as palavras dele: "Meu pai foi uma figura marcante. Um embaixador da cidade. Fundou um jornal que foi escola para muitos jornalistas. E além disso tudo foi um excelente pai. Nunca deixou que nada me faltasse. Mesmo com aquele jeitão de italiano bravo, na verdade sempre foi muito carinhoso. Também quero dizer que o meu pai sempre me dizia o seguinte: 'filho, se eu partir amanhã, tudo o que eu desejaria seria agradecer. Saí do cabo da enxada e conheci o mundo inteiro. Conversei com reis e presidentes. Sou muito grato".

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A história de João Milanez impressiona por isso. Ele, que estudou só até a quarta série, fez coisas incríveis. Fundou jornal, televisão e rádios. Foi um baita jornalista. Tinha alma de repórter. Fez jornalismo como poucos. Gostava de ir aonde a notícia estava. Nada de entrevista por telefone. Se trabalhasse nos dias atuais seria capaz de mandar se lascar quem sugerisse uma matéria por e-mail.

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Tive a feliz oportunidade de entrevistá-lo ainda em vida, há três meses, para produzir um material encomendado pela Revista Brasileiros. A revista acabou não utilizando a matéria, por isso eu a publiquei aqui no blog. O texto, modéstia à parte, acabou servindo de subsídio para alguns colegas que fizeram matérias hoje sobre a morte do seu João. No entanto, eu não gosto muito daquele texto, pois lá acabei explorando muito o lado irreverente do personagem que chamei de "Chatô Caipira". Acho que deveria tervalorizado mais o jornalista João Milanez.


Descanse em paz, seu João. O senhor fez história nesta terra vermelha. Seu "pasquim" tem um pouco de culpa por eu ser jornalista.

Força, João Rodrigo!!!


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