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Amaury Nogueira e Isabel Furini: Homenagem à Frida Kahlo

06 jul 2022 às 06:42

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Há 115 anos, nascia a extraordinária artista plástica Frida Kahlo ( 6 de julho de 1907), em Coyoacán, Cidade do México, México. Durante a sua vida foi uma artista admirada no exterior, mas pouco compreendida em seu país.

O mundo continua valorizando a sua obra forte, orginal, genial. O autorretrato "Diego y Yo", de Frida Kahlo, foi vendido em novembro de 2021,  por US$ 34,9 milhões em um leilão da Sotheby's em Nova York. Esse é o preço de venda mais alto atingido por um quadro de um artista latino-americano. O  comprador foi Eduardo Costantini, fundador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba).

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Na continuação nossa singela homenagem poética:

Leia mais:

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Dia da Consciência Negra - Crônica de Flavio Madalosso Vieira Neto

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Amo Joanita (Crônica de Isabel Furini)

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Ontem ganhei o dia (Crônica de Marli Boldori)

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Banco de Primavera - por Vanice Zimerman


Poema de Amaury Nogueira:

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Minha Frida é diferente
é sorridente
Parado fiquei
frente à artista
e a sua arte,
olhando para ela:
cintura fina,
semblante comum
de camponesa.
num campo florido
de lavanda sorria.
Frida mesmo
passando dor...
sorria.

Sorria Frida, mulher-menina, com imenso amor!

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*


Poema de Isabel Furini:

FRIDA KAHLO           
 
Estende-se pela tela sua voz de trovão
e cinzela
o símbolo poderoso da feminidade.
Sua imagem? Uma mulher
(genial)
iluminada pela luz das velas.
Uma mulher vestida e nua,
um olhar asteca açoitado pela arte.

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No seu despojado retrato

(autêntico baluarte)

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repercutem angústias, ecos,

tempestades fogem de seus olhos

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com a fluidez da areia

e o árido silêncio do deserto.

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Nos seu olhar permanece amordaçado o gesto

da primeira loucura,

o peso dos sonhos irrealizados,

da doença,

das noite de insônia e de medo,

da solidão lacerando o  pincel, machadando

as cores  e os ossos.

 

Hoje Frida Kahlo é um símbolo sem corpo,

pura essência, pura melancolia tempestuosa,

quase um rosto inversamente observado.

Seu retrato espelha nossas almas,

ela nos desenha do outro lado do espelho,

nos pinta no reverso da tela.

Mais um minuto... e Frida nos contemplará

no  oceano da penumbra e da solidão.



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