São muitas as razões para dizer que Passione é uma das melhores novelas dos últimos tempos. Silvio de Abreu demonstra absoluto domínio da dramaturgia e criou uma trama muito bem amarrada, fazendo com que todos os personagens tenham algum tipo de relação. Tem prestígio na emissora e no meio artístico e é um dos poucos que conseguem convencer Fernanda Montenegro a participar de um folhetim. Mas ela é apenas um exemplo. No horário nobre atual, são poucos, principalmente entre os atores jovens, que ficam a desejar.
Acabo de assistir à cena do embate entre Danilo e Saulo. Numa cena sensacional, o filho drogado vivido por Cauã Reymond colocou o subprojeto de vilão, Saulo, na parede. Pai e filho tiveram um daqueles raros embates vistos na televisão. E o jovem ator colocou o veterano no bolso, embora Werner Schuneman tenha correspondido à altura. Texto brilhante, interpretação excelente. Uma cena sensacional.
Esta não é a primeira demonstração de talento de Cauã. Ele tem construído uma sólida carreira, feito boas escolhas para atuação no cinema e conseguiu fugir da armadilha de ser o galã estereotipado e fácil que engole outros atores com a mesma fina estampa. A única coisa que eu não entendo é a razão de, até agora, ele ainda não ser protagonista de uma novela. Qualidades ele tem.