A Unesco - organismo da ONU para educação, a ciência e a cultura - aponta que o flagelo da violência é particularmente mais devastador entre as crianças e adolescentes, as vítimas mais indefesas. Sobretudo na América Latina, a Unesco alerta que o problema atinge proporcões catastróficas. No Uruguai, por exemplo, oito em cada 10 pais admitem que já agrediram seus filhos ou afilhados fisica ou psicologicamente. A comprovação de que os atos violentos em sua maioria acontecem dentro de casa. No Brasil, ao que tudo indica, a situação não é tão diferente. Só neste último final de semana no Paraná foram três casos chocantes. Na noite de sábado, um adolescente de 17 anos - estudante, sem antecedentes criminais - foi morto com um tiro por um guarda patrimonial de Cascavel que nem poderia trabalhar armado. Em Campo Mourão, uma menina de 10 anos foi violentada e morta também no último final de semana. O principal suspeito, que está preso, é o padrasto da criança. Em Cascavel, um recém-nascido foi encontrado abandonado numa lixeira da cidade. Se não conseguimos dar um mundo melhor para as nossas crianças, como queremos um mundo melhor para nós mesmos?