Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade

SOBRE LIVROS E FILMES

11 mai 2014 às 23:43
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Nem sempre bons livros geram bons filmes. Há sempre os taxativos: "nunca geram bons filmes". Bobagem. "O grande Gatsby" do Fitzgerald é um livro belíssimo que gerou filmes de qualidade equivalente. Muitas vezes, no entanto, livros medianos geram clássicos cinematográficos. O maior exemplo talvez seja "O poderoso chefão," romance meia boca do Mario Puzzo, tornou-se uma trilogia maravilhosa nas mãos do Coppola. Depende, portanto. Depende do roteiro adaptado, depende do diretor, dos atores, da produção e de um monte de coisas. A injustiça maior fica entre descrever uma cena e filmar uma cena.

Um escritor que descreve alguém sentado num banco de praça, tem páginas e páginas de espaço para falar do estado de alma do personagem, o que ele está vendo, suas impressões sobre um velho que passa ou sobre uma mulher bonita e bem vestida que o atrai. E esses solilóquios já renderam páginas maravilhosas na literatura. O cineasta, justiça seja feita, não tem mais que alguns minutos para passar toda a intensidade do quadro e traduzir a emoção desse nada. Convenhamos que não é fácil. E acho que isso depende muito do diretor e do ator.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Para ficar apenas em dois exemplos que me lembro. Um deles, no filme violentíssimo e ao mesmo tempo comovente, "Era uma vez na América", quando o personagem de Robert De Niro olha para um conjunto de lápides e numa delas vê o nome de um antigo companheiro e percebe ali a sua história inteira de vida. Traições, engodos, ilusões desfeitas, afetos que se dissiparam. A cena é longa e a câmara fixa o rosto De Niro. É como se o filme inteiro se resumisse ali, sem um dialogo, sem nenhum recurso que não o trabalho do ator.

Leia mais:

Imagem de destaque

DIVISÕES

Imagem de destaque

FANTASIAS

Imagem de destaque

BOIS

Imagem de destaque

O TEMPO


Outro filme no qual que a atuação comedida deixa transparecer a intensidade da cena é do "Poderoso Chefão", quando o personagem de Al Pacino (Michael) fica em silencio, olhando seu irmão indo para a morte. Morte que ele ordenara.


Penso que nessas duas cenas em especial, a relação entre literatura e cinema de invertem. Mesmo que alguém escreva páginas e páginas não conseguirá passar a emoção intensa que esses atores deram aos personagens.

Nesse caso os atores são maiores que os autores.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade