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Tragédia em Santa Maria

Boate Kiss pode ter usado extintores falsos

BBC Brasil
29 jan 2013 às 20:09

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encontrou indícios de que os extintores de incêndio utilizados na boate Kiss, em Santa Maria, poderiam ser falsos.

Em coletiva de imprensa nessa terça-feira, o delegado Marcelo Arigony, um dos responsáveis pelo caso, disse que testemunhos dão conta de que "os extintores eram muito baratos para aquele tipo de extintor".

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Outros depoimentos dizem que os extintores não funcionavam. "Há possibilidade de ter extintores falsos, mas a perícia é que vai nos dizer", disse o delegado.

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Mais de 44 pessoas já foram ouvidas no inquérito policial sobre o incêndio que deixou 234 mortos no último domingo.

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Irregularidades


A polícia descobriu ainda que a boate tinha dois alvarás vencidos -- um alvará de incêndio, que expirou no dia 10 de agosto de 2012, e um alvará sanitário.

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De acordo com as primeiras investigações, a espuma usada no teto do local era inflamável e usada somente para evitar eco.


A casa noturna também teria recebido mais de mil pessoas no dia do evento, mais do que a capacidade máxima estabelecida em seu alvará de funcionamento, de 691 pessoas.

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"Qualquer criança sabia que aquela casa não podia funcionar daquele jeito", disse Arigony.


O servidor do circuito interno de câmeras da boate Kiss foi encontrado pelos policiais em uma loja, onde estariam sendo consertados há mais de uma semana.

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Segundo Arigony, é provável que não existam imagens da festa no momento do incêndio.


As investigações indicam que a banda Gurizada Fandangueira teria comprado sinalizadores de uso externo, porque eles seriam mais baratos do que a opção para uso interno.

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As alegações de membros do grupo de que o incêndio teria começado com uma pane elétrica serão investigadas pela perícia, segundo os promotores.


Responsabilidade

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O promotor César Augusto Carlan afirmou que a responsabilidade administrativa de agentes públicos também será investigada.


Segundo ele, ainda não está provado que houve falhas na fiscalização pela prefeitura ou pelo corpo de bombeiros.

"A sociedade pode ter certeza de que a Polícia Civil do Rio Grande do Sul vai fazer um trabalho completo. Se houve negligência de alguma força pública, nem que nós tenhamos que cortar na carne do Estado, isso será apontado no inquérito e entregue ao Ministério Público", disse o delegado Marcelo Arigony.


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