Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Holanda e Bélgica juntas

Cancelado registro de fazenda do tamanho de Países Baixos

Agência Brasil
04 nov 2011 às 17:37

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A Justiça cancelou o direito de posse de uma fazenda no Pará com a área do tamanho da Holanda e da Bélgica juntas. Ainda cabe recurso à ordem judicial. Na década de 1990, o caso foi apontado pela imprensa como a maior grilagem do mundo.

A decisão foi tomada no dia 25 de outubro, pelo juiz federal substituto Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, da 9ª Vara da Seção Judiciária do Pará que cancelou a matrícula da Gleba Curuá no Cartório de Registro de Altamira (sul do estado).

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Na sentença, a área da gleba é descrita com a extensão de 4,7 milhões de quilômetros quadrados (km²) e estaria ilegalmente em posse da Indústria, Comércio, Exportação e Navegação do Xingu Ltda (Incenxil), empresa do grupo C.R. Almeida (com matriz no Paraná) e fundada pelo engenheiro Cecílio do Rego Almeida, morto em 2008.

Leia mais:

Imagem de destaque
Investigação

Ganhador da Mega-Sena morre menos de um mês após resgatar prêmio de R$ 201 milhões

Imagem de destaque
Entenda

Prazo para envio de títulos no CNU termina nesta quinta-feira (5); veja próximos passos

Imagem de destaque
Nesta quarta

STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos

Imagem de destaque
Entre 15 e 29 anos

Percentual de jovens que não estudam nem trabalham é o menor da série histórica, diz IBGE


A decisão judicial da última semana põe fim a um processo iniciado há 15 anos, quando o Instituto de Terras do Pará (Iterpa) pediu a nulidade do registro porque a propriedade era baseada em contratos de arrendamento "precários" e "provisórios", sem validade de posse, e um memorial descritivo que multiplicava a plotagem de quatro áreas arrendadas de 4,35 mil km² (17,4 mil km² no total) para os 4,7 milhões.

Publicidade


A primeira ação contra a posse da área foi assinada pelo então diretor jurídico do Iterpa, o procurador Carlos Alberto Lamarão Corrêa, hoje presidente do Instituto. Em entrevista à Agência Brasil, ele apontou que Cecílio do Rego Almeida tinha conhecimento de que a terra não era legal. "Ele se locupletou [usou situação para enriquecer] de uma situação irregular", disse Lamarão.


Na petição original, é descrito um encontro no Iterpa em 1995 com três assessores (advogados) de Cecílio do Rego Almeida a quem teria sido dito que não havia nenhum registro de título definitivo naquela área, "que pudesse ensejar a mais tênue dúvida quanto à ilegalidade dos documentos cartoriários existentes". Em março do ano seguinte, há um novo encontro com os mesmos assessores que "comunicaram à diretoria do Iterpa que o Sr. Cecílio Rego de Almeida havia decido comprar as ditas terras, 'por ser um homem empreendedor, destemido e arrojado'", descreve a ação.

Publicidade


Para o presidente do Iterpa, o conhecimento prévio da ilegalidade das terras, a ampliação da área (em mais de mil vezes) e a manifestação dos advogados mostram que não houve boa fé, conforme alega a defesa.


Carlos Lamarão salienta que o Estado do Pará acumula problemas de indefinição fundiária. "Até hoje encontramos pessoas com títulos paroquiais", lembra, ao fazer referências à titulação de terras que eram feitas a partir de declarações nas igrejas do interior entre 1854 e 1891. Segundo ele, a situação que há muito tempo de indefinição, "se agravou com o decreto-lei 1.1164/1971 que retirou 70% do controle das terras do Pará", e também segue indefinida com a atuação de diversos órgãos estaduais e federais responsáveis pela titulação, demarcação e autorização de uso das terras."Essa balburdia facilitou a grilagem, mas não justifica", assinala.


O presidente do Iterpa não sabe quanto da área grilada pertence ao Estado do Pará e promete inventariar o território para estabelecer uma política fundiária. De acordo com a sentença da Justiça Federal há na Gleba Curuá um floresta nacional; duas terras indígenas; dois projetos de assentamento além de três faixas de terra registradas em nome da União.

A reportagem da Agência Brasil pediu entrevista por telefone e por email com o juiz Hugo Sinvaldo Silva da Gama Filho, com a advogada de defesa Francineide Amaral Oliveira; e com os herdeiros de Cecílio do Rego Almeida, por meio do escritório da CR Almeida, em Curitiba (PR), mas não teve resposta positiva.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo