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Tragédia em Santa Maria

Fogo no teto da boate provocou pânico, diz testemunha

Agência Estado
27 jan 2013 às 17:00

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Pânico generalizado e empurra-empurra marcaram os momentos que se sucederam ao começo do fogo que atingiu o interior da boate Kiss, em Santa Maria (RS), na madrugada deste domingo. A testemunha Taynne Vendruscolo, que estava no local no momento do incêndio com cinco amigos, disse à Radio Estadão que a intensidade e a rapidez com que o fogo se espalhou pelo interior da casa noturna surpreenderam os presentes, provocando um grande corre-corre em direção à única saída de emergência da boate.

Segundo Taynne, o incêndio começou durante a apresentação da segunda banda da noite, após o cantor iniciar um show pirotécnico em um das canções. "O cantor começou a fazer um show com um artifício que saía faísca. Ele parou de cantar, e um dos nossos amigos olhou para o teto e disse que estava pegando fogo. No primeiro momento, achamos que o fogo seria apagado e tudo ficaria bem. Só que começou o empurra-empurra, o pessoal vindo da frente do palco e aí saímos correndo para a porta de saída", disse. O material de isolamento acústico do prédio, feito de espuma, incendiou e a fumaça intoxicou as vítimas.

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Por estar em uma área vip da boate, que era próxima da saída, Taynne disse que não teve tantas dificuldades de deixar o local. "Quando vimos o fogo, nós saímos em um ou dois minutos de dentro muito bem. Mas as pessoas que saíram em seguida começaram a passar mal por causa da fumaça e a ter dificuldade de respirar", detalhou. Diferentemente de outras testemunhas, Taynne afirmou que a saída de emergência já estava aberta quando se caminhou para esta porta. Ela também disse que só havia uma saída de emergência no prédio, e que estava localizada ao lado da entrada principal.

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Do local que estava na boate, Taynne afirmou que a casa noturna não parecia estar superlotada. "O local estava cheio. A boate sempre está lotada, mas não parecia que havia superlotação nesta noite", disse. Ela também contou que a chegada da Polícia e do Corpo de Bombeiros ao local foi muito rápida, e que muitas pessoas ajudaram as autoridades quebrando os vidros e as paredes para facilitar a remoção das pessoas que estavam dentro da boate. "O início do resgate foi muito rápido", afirmou.


Taynne e os seus cinco amigos saíram da boate sem grandes dificuldades, mas outros conhecidos seus não tiveram a mesma sorte. Na entrevista, Taynne disse que teve conhecimento de que um colega faleceu no incêndio e que outros dois estavam desaparecidos. "Tem muita informação desencontrada neste momento. Alguns disseram que eles estão no hospital, outros disseram que eles morreram e outros nos disseram que não eles não foram encontrados", detalhou. Até o momento, 232 mortes foram registradas por causa do incêndio. Outros 131 feridos estão internados em hospitais da região.

Conforme os Bombeiros, as vítimas fatais morreram devido à inalação de fumaça tóxica. "A maior parte dessas pessoas morreu asfixiada. Elas entraram em pânico e acabaram pisoteando umas às outras. O principal fator (para as mortes) foi a asfixia. O isopor gera uma fumaça muito tóxica", afirmou o comandante geral dos Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido Pedroso de Melo.


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