Ao participar de cerimônia de lançamento do programa Cinema Perto de Você, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queixou-se da legislação eleitoral que impede a assinatura de convênios e investimentos a partir do mês do julho. Lula, que assinou a Medida Provisória que prevê isenção de impostos federais para a construção de cinemas, pediu empenho dos ministros para aprovar a legislação ainda este ano. No seu discurso, Lula chegou a defender a criação de uma nova estatal para fazer a distribuição dos filmes. "Precisamos, se for o caso, de uma empresa pública para distribuir filmes. Senão, as (distribuidoras) de Hollywood vão ocupar todo o espaço", defendeu o presidente.
Lula começou seu discurso dizendo que, embora estivesse chegando a um período em que não podem ser assinados convênios com prefeituras por causa da lei eleitoral, ia fazê-lo porque precisa governar o ano todo. "A gente não tem de ter preocupação com o tempo de mandar a lei ou não. Se a gente ficar esperando apenas o tempo eleitoral, a gente não vai fazer nada. Nós perdemos um quarto do mandato, que eu não posso fazer nada a partir de julho, nem convênio com prefeitura, nem investimento", disse Lula.
"Eu tenho de governar 365 dias por ano e, se a gente trabalhar bem, o Congresso pode aprovar essa lei este ano ainda. Quem vier depois de nós, faça o que entender que deva ser feito", afirmou Lula, que evitou fazer qualquer comentário quando, alguém na plateia gritou o nome da candidata ao Planalto, Dilma Rousseff.
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Incentivo ao cinema
Lula pediu que os prefeitos e governadores abram mão do ISS e do ICMS, assim como o governo federal abriu mãos de suas receitas, para que as salas de cinemas possam ser construídas no interior. Pediu também "criatividade" aos empresários para que os cinemas atraiam o público no interior, para que o cinema chegue às pessoas. Segundo o presidente, a sala de exibição tem de ser "multiuso", para incentivar o "cidadão a largar o controle remoto".
Lula avisou ainda que, quando deixar o Planalto, vai voltar a frequentar cinema e estádio de futebol. "Tem duas coisas que eu tenho obsessão de voltar a frequentar: é cinema e estádio de futebol. Eu ando com uma vontade de ver o meu Coringão ser campeão", disse ele, provocando risos na plateia.
O governo quer incentivar os governos estaduais, as prefeituras e a iniciativa privada a investir na expansão dos cinemas, com foco especialmente nos consumidores da classe C e nos habitantes das regiões Norte e Nordeste, que apresentam a pior relação habitante/sala de exibição do País. Na cerimônia, foi anunciada ainda a abertura de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 500 milhões para que sejam construídas salas de cinema pelo interior do País.