Marcela Tedeschi Temer, 29 anos, mulher do vice-presidente Michel Temer, emprestou na quinta-feira sua desenvoltura de miss para tornar a estadia de um seleto grupo de participantes da conferência Rio+20 menos entediante. Ao longo do dia, ela acompanhou 14 mulheres de chefes de Estado da África, da Ásia e da Oceania em um tour pelos pontos turísticos e históricos da cidade.
O passeio começou com uma volta no navio Spirit of Brazil, do empresário Eike Batista, na Baía de Guanabara. Depois de um almoço do cais da Escola Naval da Marinha, ao lado do aeroporto Santos Dumont, Marcela levou as primeiras-damas para visitar a exposição "Amazônia, ciclos de modernidade", no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro. No final da tarde, o grupo assistiu a um desfile de modelos que usavam colares, brincos e pulseiras cravados de pedras preciosas.
Com 1m72 de altura e 66 quilos, a ex vice-miss São Paulo usou sapato salto alto e um vestido florido justo e acima do joelho. A roupa de Marcela contrastou com as das primeiras-damas da Nigéria, de Tuvalu, da Tanzânia, da Samoa, da Zâmbia, do Nepal, das Ilhas Comores, da África do Sul, das Maldivas e das Ilhas Salomão, que usaram vestidos longos, com turbantes e muitos véus.
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Também participou do passeio Yoo Soon-Taek, a mulher do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Marcela foi assediada por Thobeka Zuma, uma das mulheres do presidente Jacob Zum, da África do Sul, para tirar uma série de fotos. Ela pouco conversou com as visitantes, limitando-se a sorrir, como se estivesse num concurso rodeada de concorrentes.
Enquanto primeiras-damas estrangeiras andavam um pouco curvadas, Marcela se mantinha sempre ereta e com as mãos cruzadas para a frente. Na exposição sobre a Amazônia, Marcela se ateve a imagens da rodovia Transamazônica. Foi lá no Centro Cultural do Banco do Brasil que a rainha Silvia e o rei Gustav, com cara fechada, da Suécia, se juntaram ao grupo de Marcela para conferir mapas e miniaturas de barcos da bacia amazônica. As primeiras-damas puderam ver, rapidamente, becos e ruas do centro, por onde passaram, na ficção, personagens de Machado de Assis, como Bentinho e Escobar, entre outros.
Na antiga sede do Itamaraty, iluminado com lâmpadas cor-de-rosa, uma tradição da casa, Marcela e as primeiras-damas tomaram chá e assistiram desfile de modelos com pedras brasileiras em joias produzidas pela H. Stern. Ao som de bossa-nova, as modelos exibiram águas marinhas, esmeraldas, ametistas e turmalinas Paraíba, uma pedra de coloração azul mais cara que o diamante, segundo o fabricante, retirada de minas do Nordeste. Marcela não escondeu o fascínio pelas joias.
Bem longe dali, do outro lado da cidade, representantes de quase cem países enfrentavam reuniões maçantes, o frio de uma central desregulada de ar-condicionado, o barulho de buzinas e sirenes de batedores e filas em banheiros, salas de comunicação e restaurantes...