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Por substância química

Mortos após ressonância podem ter sofrido intoxicação

Agência Estado
30 jan 2013 às 20:57

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Técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, e a Secretaria de Saúde de Campinas (SP) investigam a possibilidade de uma substância química, ainda não identificada, ter provocado a morte dos três pacientes na segunda-feira (28), após a realização de exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz.

"A causa mais provável, mas ainda sem embasamento, é que tenha ocorrido um quadro toxicológico, de natureza qualitativa ou quantitativa, que provocou a morte dessas pessoas", afirmou a gerente de Regulação e Controle Sanitário em Serviço de Saúde da Anvisa, Maria Ângela da Paz. Ela e outros dois técnicos do órgão chegaram na cidade nesta quarta-feira para auxiliar nas investigações.

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Segundo as investigações iniciais, as vítimas podem ter sofrido uma intoxicação por algum produto administrado no organismo na hora da aplicação do contraste (composto químico, a base de gadolínio, usado no exame para melhorar a qualidade das imagens e do diagnóstico). A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Brigina Kemp, explicou que essa substância química injetada provocou uma reação hepática aguda, levando os pacientes à morte. As vítimas - dois homens, de 36 e 39 anos, e uma mulher de 25 - tiveram parada cardiorrespiratória.

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Nenhuma delas apresentava problemas de saúde e todas fizeram ressonância magnética do crânio, segundo o hospital. Os homens passaram mal minutos depois do exame e a mulher chegou a deixar a unidade médica, mas retornou após sentir dores. "Não descartamos nenhuma outra linha de investigação, mas os resultados dos exames, como o de hemograma, sugerem que houve uma reação química", diz Brigina. Apenas os resultados dos exames do Instituto Médico-Legal, nos corpos, e as análises do Instituto Adolfo Lutz, nos materiais e produtos utilizados nos procedimentos, poderão apontar a causa das mortes.

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A especialista da Anvisa afirmou que o agente toxicológico investigado pode estar presente na seringa, no soro, no medicamento aplicado no contraste ou pode ser o próprio gadolínio (contraste) utilizado em quantidade superior à permitida. Não está descartada a possibilidade de falha humana, de equipamento ou contaminação proposital.


Segundo Brigina, a evolução clínica dos pacientes é um forte indicativo de intoxicação. "Não descartamos uma reação a um agente microbiológico, como um vírus ou bactéria, mas o quadro de evolução não sugere isso." Se a causa das mortes fosse uma infecção por esses agentes, os pacientes teriam apresentado outro quadro, com febre e evolução mais lenta, afirma.

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Interdição. Por conta das suspeitas de que as mortes podem ter relação com o contraste usado, as Secretarias de Saúde de Campinas e do Estado interditaram cautelarmente os lotes de produtos utilizados nos exames de ressonância magnética usados no hospital de Campinas. São quatro marcas de soro e duas de gadolínio. De acordo com a Anvisa, há no País seis marcas em circulação e todas têm certificado de segurança e eficácia obtido após uma série de estudos e testes exigidos para liberação de medicamentos sensíveis.


Nacionalmente, a Anvisa entendeu não ser necessária a suspensão dos produtos. Segundo a agência, são realizados milhares de exames diariamente no País e, embora o caso requeira uma investigação rigorosa, a situação é localizada e não caracteriza uma onda de problemas que justifique retirar os produtos do mercado em nível nacional.

Em Campinas, os exames de ressonância magnética com contraste, que haviam sido suspensos nas demais clínicas e hospitais na terça-feira, foram liberados ontem pela Secretaria Estadual de Saúde. Os locais podem fazer os exames sem utilizar os lotes e as marcas embargados sanitariamente.


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