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Operação Monte Carlo

Polícia Federal liga número 2 da Delta a Cachoeira

Agência Estado
06 mai 2012 às 09:35

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A estratégia da construtora Delta de jogar sobre seu ex-diretor Cláudio Abreu toda a responsabilidade pelos desvios identificados na Operação Monte Carlo esbarra no farto material de investigação que a Polícia Federal tem sobre outros integrantes da cúpula da empresa.

O inquérito, que tramita na 11.ª Vara Criminal Federal de Goiás, mostra que Carlos Pacheco, diretor executivo licenciado da Delta - o número dois da construtora -, e Heraldo Puccini Neto, responsável pela empresa na Região Sudeste e considerado foragido da Justiça, mantiveram contato frequente com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outros integrantes de sua organização entre março e agosto do ano passado.

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A PF também identifica referências ao dono da empresa, Fernando Cavendish - que se licenciou da presidência do conselho da construtora há 10 dias -, em conversas de Cachoeira com Abreu e com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

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Nas gravações feitas pela PF, Pacheco é citado em pelo menos 22 diálogos do contraventor e de seus aliados. Dois encontros foram agendados entre ele e Cachoeira, indicam gravações realizadas em junho e julho do ano passado. Em 15 de junho, o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez informa a Cachoeira que está chegando na casa do contraventor "acompanhado de Cláudio, Heraldo e Pacheco".


Pacheco também teria se oferecido como sócio de Cachoeira na compra de um terreno. Em 15 de agosto de 2011, Abreu leva um suposto recado do diretor ao contraventor: "Falei que você tava comprando. Ele tá querendo entrar com você na compra da área". Cachoeira propõe parcerias na construção de imóveis do Programa Minha Casa, Minha vida: "Fala lá com o Pacheco, vê se ele tem interesse".

O contraventor também demonstra intimidade ao falar do número dois da Delta. Em conversa com Abreu no dia 1.º de junho de 2011, Cachoeira manda: "Amanhã, você dá uma cacetada no Pacheco porque não entrou nada viu? Tudo atrasado, tudo atrasado". No dia seguinte, Cachoeira pede a Abreu que mande um avião a Brasília para levar Demóstenes ao encontro de Pacheco em Goiânia. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)


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