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Policiais federais podem entrar em greve

Agência Brasil
22 jun 2010 às 15:17

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As declarações públicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que não concederá novos aumentos salariais este ano, não desmotivaram os policiais federais. Lideranças sindicais anunciaram que, a partir de hoje (22), a categoria entra em estado de alerta com indicativo de greve. "Isso significa que existe a possibilidade de paralisarmos todas as nossas atividades nos próximos dias, mas isso ainda será decidido por nossas diretorias regionais, provavelmente até a semana que vem", disse o presidente da Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF), Reinaldo de Almeida César.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) já avançou nas discussões sobre a possibilidade de greve. "Desde o ano passado, a gente já tem autorização [das diretorias regionais da associação] para desencadear a greve. Vamos acompanhar os acontecimentos e, caso ela seja decidida pelas outras entidades, também paralisaremos nossas atividades", disse o presidente da entidade, Octavio Brandão.

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A mobilização poderá abranger todas as cinco categorias de policiais federais – delegados, peritos, agentes, escrivãos e papiloscopistas. As entidades reivindicam aumento salarial de 18,73% para delegados e peritos, e de 38,42% para as demais categorias.

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"Não se trata apenas de reivindicação por aumento dos subsídios, mas de valorização da nossa categoria, que vem sendo preterida [pelo governo federal] em relação a outras. Dados do próprio Ministério do Planejamento mostram que, entre 2002 e 2009, fomos uma das categorias [vinculadas ao Poder Executivo] que menos receberam reajustes", argumentou o presidente da ADPF.

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"O que justifica um delegado federal ganhar menos do que um procurador do Banco Central, um advogado da União ou um defensor público? Já estamos muito longe do [salário] da magistratura e do Ministério Público", completou.


De acordo com o delegado, o salário inicial de delegados e peritos é de R$ 13.368. No fim da carreira, esse valor sobe para R$ 19.699. "Sempre fomos o topo da tabela remuneratória do Executivo federal, mas esse reconhecimento não é mais o mesmo, uma vez que outras categorias vêm tendo aumentos superiores aos nossos", disse.

Os policiais reclamam, também, dos cortes feitos pelo governo nos repasses orçamentários à PF, o que, segundo a ADPF, estariam cancelando treinamento de servidores e dificultando a execução de operações policiais. Além disso, criticam o fato de o Executivo ter apresentado o Projeto de Lei Complementar nº 554/2010, que acaba com a aposentadoria especial dos policiais federais.


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