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Questões baseadas na ciência

Ruralistas criticam Enem 2023 por itens que ligam agronegócio a exploração e desmatamento

Paulo Saldaña - Folhapress
06 nov 2023 às 19:05
- Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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Ao menos duas questões do primeiro dia do Enem 2023, aplicado neste domingo (5), incomodaram lideranças ruralistas. Segundo os parlamentares, itens sobre a amazônia e o cerrado seriam ideológicos e criariam uma imagem negativa e distorcida do agronegócio.


A Frente Parlamentar da Agropecuária publicou nota nesta segunda-feira (6) em que pede anulação das questões. O texto diz que as perguntas não teriam critério científico.

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"A vinculação de crimes à atividade legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades", diz a nota.

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Questionados, o Ministério da Educação e o Inep (Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais), que organiza o exame, não responderam até a publicação deste texto.

Os itens são o 89 e 70, da prova de cor branca. A Frente de Agropecuária pede a anulação das perguntas, esclarecimentos do governo Lula (PT) e indica que vai encaminhar requerimentos de convocação do ministro da Educação, Camilo Santana.

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O ministro da Educação, Camilo Santana, descartou, nesta segunda-feira (6), o cancelamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2023, após suposto vazamento de imagens da prova no domingo (5), primeiro dia de aplicação das provas.


O Sindicato Rural de Ribeirão Preto também se posicionou, por meio de carta endereçada aos organizadores do exame. No texto, afirma que há uma tentativa de "demonizar o agronegócio brasileiro". O texto foi divulgado por Fabio Wajngarten, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

As duas questões trazem trechos adaptados de artigos científicos. Pedem que o participante interprete o que os autores quiseram transmitir.

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Na questão sobre o cerrado, o texto do enunciado diz que a lógica do agronegócio tem se sobreposto aos conhecimentos dos camponeses. Cita termos como "chuvas de veneno".

Já no item que trata da amazônia, o excerto indica que o desmatamento da região tem a ver com a expansão da soja, mas também com a ação de "grileiros, madeireiros e pecuaristas".

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Os artigos utilizados na confecção das questões são facilmente encontrados na internet. Foram escritos por professores e pesquisadores ligados à USP (Universidade de São Paulo), UEG (Universidade estadual de Goiás) e UFG (Universidade Federal de Goiás), e veiculados em publicações científicas.


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Não é a primeira vez que o Enem é alvo de ataques de grupos políticos por causa de questões da prova. Bolsonaro e aliados de direita já acusaram a prova de fazer doutrinação de esquerda.

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Em seu governo, por sua vez, nenhum pergunta sobre ditadura militar caiu nas quatro provas realizadas no período.

As questões do Enem são produzidas por professores universitários, a partir de editais elaborados pelo governo. Ainda passam por um longo processo de elaboração.

Os itens são pré-testados (várias pessoas respondem à questão) para que haja a calibração de vários atributos, como grau de dificuldade e chance de acertar no chute. Isso faz parte do modelo matemático adotado no Enem, a TRI (Teoria de Resposta ao Item).

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