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24 mil focos

Setembro quente e seco produz 62% mais queimadas

Agência Brasil
10 set 2012 às 17:43

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- Agência Brasil
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Em dez dias, mais de 24,5 mil focos de incêndio foram identificados no país. A baixa umidade e as temperaturas altas, típicas dos meses de agosto e setembro, proporcionaram as condições para que o número de queimadas, nos primeiros dias deste mês, superasse em 62% o registrado no mesmo período do ano passado.

Apesar do evidente aumento de queimadas na comparação com períodos anteriores, meteorologistas e órgãos do governo garantem que as condições de clima e temperatura estão dentro da normalidade.

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"O que tivemos de diferente nos últimos meses foi a baixa frequência de frentes frias, principalmente sobre o Sudeste. Tivemos uma condição de bloqueio atmosférico", explicou Olívio Bahia do Sacramento Neto, meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe).

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Segundo ele, as eventuais frentes frias que ocorrem neste período do ano não foram suficientes para amenizar a massa de ar seco instalada sobre as regiões do país que mais têm sentido a elevação de temperaturas. "Não houve queda de temperatura recentemente, porque as frentes que chegaram no continente alcançavam, no máximo, o Rio Grande do Sul e seguiam para o oceano. Por isso, não trouxeram o ar frio ou o mínimo de chuvas. Isto explica as temperaturas acima do normal".

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Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mapearam mais de 101,6 mil focos de incêndio no país. Os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão, Tocantins e Pará têm liderado o ranking de ocorrências nos últimos meses. Apenas no mês de setembro, Corumbá (MS) registrou 1,2 mil queimadas. São Félix do Xingu (PA), Cotegipe (BA) e Cárcere (MT) seguem com mais de 400 ocorrências este mês.


O bloqueio atmosférico que durou mais tempo do que o esperado explica as temperaturas quatro graus Celsius ou até sete graus Celsius acima da média desta época do ano em cidades do Sudeste e Centro-Oeste do país. "Em algumas cidades, não chove há mais de 90 dias", destacou Sacramento. Entre elas, estão os municípios do Triângulo Mineiro, Piauí, oeste da Bahia, Tocantins, Mato Grosso e extremo norte de Mato Grosso do Sul.

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O meteorologista ainda alerta que em cidades como São Paulo, que registrou a última chuva há 10 dias, o volume de água é pouco significativo. "Às vezes passa despercebido. A chuva não é suficiente para mudar a situação da população ou dos agricultores", acrescentou.


O cenário não deve mudar, pelo menos, até o final do mês. As previsões climáticas só apontam chuvas em volume significativo na segunda quinzena de outubro, quando a probabilidade de chuvas para a região Sul é de 45% de volume de água superior ao normal. No caso do Norte, as condições de chuvas ainda não atingirão o nível normal no próximo mês.


Por enquanto, a preocupação da Secretaria Nacional de Defesa Civil está voltada para a região Centro-Oeste. Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa da Defesa Civil explicou que as estratégias são estaduais e municipais, e apenas quando os órgãos locais não conseguem contornar o problema o governo federal apoia os estados e municípios no combate direto aos incêndios ou ainda com equipamentos e retirada da população de áreas de risco.

Assim como os meteorologistas, representantes da Defesa Civil Nacional trabalham com cenário de baixa umidade e temperaturas altas até a segunda quinzena de outubro, quando a expectativa é o retorno à frequência normal das chuvas.


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