A Polícia Civil começou nesta terça-feira (18) a investigar a pichação racista no muro da Escola Municipal de Ensino Infantil Guia Lopes, no Limão, zona norte da capital paulista. O caso foi registrado como injúria racial no 40ª DP (Vila Santa Maria).
A direção da escola acredita que a frase "vamos cuidar do futuro de nossas crianças brancas", ao lado de suásticas, foi uma reação ao projeto implementado no início do ano, que valoriza a igualdade racial.
Além de suásticas, um detalhe chamou a atenção de peritos que compareceram ao local. Atrás de um caminhão-tanque, no mesmo muro, havia o número "14", alusivo a slogans do americano David Lane, escritor e fundador de um grupo neonazista conhecido como A Ordem, que defendia a supremacia branca. Ele morreu em 2007, em uma prisão nos Estados Unidos.
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Ao lado do "14" estava pichado também o número "88", usado por grupos neonazistas como forma de fazer a saudação "heil Hitler". O oito representa o "H", oitava letra do alfabeto.
Para o delegado Antonio de Padua de Souza, do 40º DP, o caso pode ter relação com alguma pessoa vinculada à escola e que esteja descontente com o projeto pedagógico de igualdade racial. Mesmo assim, ele pretende solicitar a ajuda da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). "Às vezes, a delegacia especializada tem fatos semelhantes registrados em outras áreas".