Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Plebiscito será no sábado

'Sul é o Meu País' se ampara em argumentos econômicos e políticos e tem até mascote

Isabela Fleischmann/Redação Bonde
05 out 2017 às 18:02

Compartilhar notícia

- Reprodução//Facebook
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Um plebiscito informal para saber se a população sulista deseja se separar do restante do Brasil será realizado neste sábado (7) em mais de 900 cidades brasileiras, incluindo Londrina.

O Sul é o Meu País, que promove o plebiscito, é uma associação privada sem fins lucrativos, que tem como propósito alcançar a secessão de forma pacífica. O movimento nasceu em 1992 em Laguna (SC).

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


De acordo com Marcos Santos, representante do movimento em Londrina, o principal motivo para a separação é a questão econômica. "Do total de impostos arrecadados pelos três Estados, não temos retorno financeiro de 23%. Em dados nacionais, Brasília fica com 80% dos impostos gerados pelos municípios, devolvendo o mínimo para os Estados e estes devolvem menos ainda para os municípios, gerando pobreza progressiva e irreversível entre todas as regiões brasileiras, inclusive a sulista, que é a segunda maior região arrecadadora do país."

Leia mais:

Imagem de destaque
alteração das regras

Não conseguiu o auxílio-doença do INSS? Veja como ter o benefício, alvo de pente-fino em 2024

Imagem de destaque
CPI da Covid

Investigação sobre desvios em compra de vacina da Covid volta ao STF, e PGR analisa em segredo

Imagem de destaque

Última grande chuva de meteoros de 2024, Geminídeas, será na noite desta sexta

Imagem de destaque
Faltam seis votos

STF tem quatro votos para garantir policiamento das guardas municipais


O jornalista Carlos Deucher, catarinense, é um dos fundadores do movimento. Segundo ele, a questão política é outro ponto importante para a separação. "O simples fato de você ter nascido no Paraná faz você valer 48 vezes menos que um cidadão brasileiro, porque temos uma representação parlamentar totalmente distorcida. O José Sarney [PMDB - MA] se elegeu senador da república com 152 mil votos enquanto o senador Pedro Simon [PMDB - RS] teve de fazer 1,8 milhão de votos para se eleger senador."

Publicidade


Legalidade da separação?


Marcos Santos disse que a separação tem caráter legal, embasado nos artigos 4º e 5º da Constituição Federal de 1988, que confere o direito de autodeterminação dos povos e o direito e a liberdade de pensamento e organização para divulgá-lo e expressá-lo.

Publicidade


Marcos afirmou ainda que a votação deste sábado é informal, mas que acredita nas pressões populares para formar um novo país. "Acreditamos que futuramente, com maiores pressões da população e com exemplos como o da Catalunha e de outros países que conseguiram separação, tenhamos chance maior de nos separarmos do restante do Brasil. Em 2016 realizamos um plebiscito que foi proibido pela Justiça Eleitoral de Santa Catarina, sob a alegação de que tentar separar parte do território nacional é crime. Por esses motivos, a votação tem somente caráter de mobilizar a população."


Mário Sergio Lepre, cientista político, argumentou que o artigo 1º da Constituição determina que a República é formada pela união indissolúvel dos Estados, municípios e Distrito Federal. "Legalmente falando, é impossível. A indissolubilidade está na Constituição. Ela não pode ser alterada."

Publicidade


O doutor em direito constitucional Zulmar Fachin também relatou que a Constituição veda que os Estados se retirem da Federação. "Não se admite o chamado direito de secessão. É cláusula pétrea. Nem mesmo por emenda constitucional isso é possível. Não pode haver uma emenda constitucional para autorizar alguns membros do pacto federativo a saírem para constituírem outro país."


Mário disse acreditar que o plebiscito é inoporturno e fora de propósito. "É típico de alguns que acham que o Sul seria menos corrupto, típico de pessoas que não querem colaborar com a solução dos problemas. São pessoas que acham que o enfrentamento é bater na mesa."

Publicidade


O novo país


O movimento não tem ainda um projeto de país pronto. No entanto, Carlos Ducher antecipou que Lages (SC) poderia ser a capital. "Talvez, se um dia a gente for um país, a gente poderia ter uma capital em Lages. Colocar ali três prédios para ser a capital administrativa do país, mas é uma opinião pessoal minha."

Publicidade


Outra ideia de Carlos é acabar com o sistema presidencialista e ir para o parlamentarismo no novo país do Sul. "Assim podemos em questão de dias derrubar governos corruptos. Nós somos tão corruptos quanto o Brasil e, se não criarmos um sistema que não deixa o corrupto sobreviver, tenho certeza que vamos ser um país muito melhor."


Ainda segundo Carlos, o novo país deveria formar uma confederação municipalista. "Uma República confederada municipalista na qual temos só a União e o município. Oitenta porcento de tudo que é arrecadado têm de ficar no município."

O mascote do Sul é meu País, o "Sulito", ainda existe. Segundo o movimento, ele sofreu algumas repercussões negativas na mídia, virando até meme em alguns casos, mas continua firme no posto de mascote da causa.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo